Rival do atual presidente Joseph Blatter na próxima eleição da Fifa, o catariano Mohamed bin Hammam criticou nesta terça-feira a postura da Federação da Inglaterra de Futebol (FA, na sigla em inglês) de se abster na votação do dia 1.º de junho. O candidato à presidência da Fifa disse estar desapontado com a decisão dos ingleses “de não tentar trazer mudanças” para dentro da maior entidade do futebol mundial.
“A FA, com seu status de mais antiga associação do mundo e berço do futebol moderno, é uma das mais importantes instituições do futebol mundial”, registrou Bin Hammam. “Como consequência, eles deveriam estar trabalhando com a Fifa e o resto do mundo para melhorar e aprimorar o futebol. Ao optar pela abstenção, a FA está, infelizmente, perdendo uma grande chance”, completou.
Indignada com a derrota na votação para receber a Copa do Mundo de 2018, vencida pela Rússia, a FA havia anunciado na semana passada que não votaria em Blatter nem em Bin Hammam, ambos atingidos por acusações de corrupção.
As denúncias atingiram diretamente as escolhas das sedes dos Mundiais de 2018, almejado pela Inglaterra, e 2022, vencido pelo Catar. A opção pelo país de Bin Hammam trouxe suspeitas sobre o candidato à presidente. Ele foi acusado de pagar US$ 1,5 milhão para dois executivos da Fifa durante o processo de votação.
Ao todo, seis membros do comitê executivo da Fifa foram acusados de receber suborno para a escolha das próximas sedes da Copa do Mundo. As denúncias vieram à tona graças ao jornal Sunday Times, no ano passado. Pressionado, Blatter anunciou que a Fifa vai investigar as acusações e que conversará com o responsável pelo vazamentos das denúncias.