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Hamilton supera adversidades e conta com erros de Vettel para mirar 5º título

Lewis Hamilton está prestes a se tornar o mais novo pentacampeão da Fórmula 1. Somente outros dois pilotos alcançaram tal feito na história: o argentino Juan Manuel Fangio, dono de cinco troféus, e o alemão Michael Schumacher, com sete. O penta será sacramentado neste domingo, no GP do México, a partir das 15h10 (horário de Brasília), se o piloto da Mercedes chegar entre os sete primeiros colocados. Ele fica com o troféu mesmo se for muito mal na corrida. Para tanto, o alemão Sebastian Vettel não poderá vencer a prova.

Será o segundo “match point” do britânico. O primeiro foi nos Estados Unidos, no fim de semana passado, mas o inglês não aproveitou a chance. Mesmo que não fature o título na Cidade do México, ele ainda terá a mesma oportunidade nos GPs do Brasil e de Abu Dabi, em novembro. Com a vantagem de 70 pontos no campeonato, o troféu parece apenas questão de tempo para o piloto da Mercedes.

O quinto título de Hamilton vem sendo construído a partir de grandes performances e também com a ajuda dos inúmeros erros da rival Ferrari. Por sua parte, o britânico não deixou dúvidas quanto ao seu nível de pilotagem: são nove vitórias até agora e exibições inquestionáveis. Os resultados surpreendem porque, pela primeira vez desde o início do seu domínio, em 2014, a Mercedes não detém o carro mais veloz do grid.

E isso exigiu mais das habilidades do inglês nas pistas. “Esta foi a melhor temporada do Hamilton na Fórmula 1”, destaca Luciano Burti, ex-piloto da categoria e comentarista da TV Globo. “Durante um bom pedaço do ano, ele teve um carro inferior. E mesmo assim conseguiu vencer provas. O que mais surpreendeu a todos foi justamente ele ter superado Vettel e a Ferrari mesmo com um carro em nível abaixo.”

Apesar de ter feito um início de temporada de pouco destaque, Hamilton manteve a consistência ao longo do ano. Se não conseguiu superar o rival alemão nas primeiras etapas, o inglês não desanimou e manteve o foco até deslanchar na segunda metade do campeonato. Foram quatro vitórias consecutivas, entre os GPs da Itália e do Japão. “Sua maior qualidade neste ano foi a de errar pouco”, comenta Burti.

A qualidade de Hamilton foi justamente a fraqueza da Ferrari. Os erros constantes da equipe e do piloto derrubaram Vettel da liderança do campeonato. O momento determinante aconteceu no GP da Alemanha, no fim de julho. A 15 voltas do fim, o alemão se desconcentrou e acertou o muro de proteção, saindo da prova. Era o primeiro colocado. Hamilton era o quarto, após largar em 14º. Venceu, desbancou o adversário na ponta do campeonato e ainda abriu 17 pontos de vantagem.

O piloto da Mercedes, que vinha se alternando na liderança com Vettel desde o início da temporada, não perdeu mais a primeira colocação. A partir dali, as trajetórias se inverteram. O alemão passou a perder rendimento, enquanto o inglês crescia.

E os erros do piloto da Ferrari se repetiram na Itália, Azerbaijão, França, Japão e Estados Unidos. Nas corridas e também nos treinos. Algumas destas falhas, principalmente na corrida alemã e no Azerbaijão, beneficiaram diretamente Hamilton, concedendo-lhe pelo menos 50 pontos no campeonato. “Eu certamente não quero colocar Vettel no banco dos réus, mas estes incidentes não podem mais ser vistos como coincidência. Eles deveriam indicar que Sebastian está um pouco descontente no momento”, diz Ross Brawn, atual diretor-esportivo da F-1.

Curiosamente, foi a primeira temporada em que Vettel, desde 2015 na Ferrari, contou com um carro superior aos rivais da Mercedes. Mesmo exibindo evolução técnica e tecnológica neste ano em comparação às temporadas passadas, a equipe italiana sofre para tentar parar Lewis Hamilton. E só uma considerável dose de sorte deve impedir o penta do inglês neste domingo.

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