O primeiro gol de Guilherme depois do acidente automobilístico que causou a morte de duas pessoas e deixou uma terceira em estado grave não aliviou em nada a pressão psicológica a que o atacante do Corinthians vem sendo submetido. Nesta quinta-feira, na reapresentação do elenco após o empate diante do Figueirense, o jogador não quis dar entrevistas. Mas quem acompanhou a sua entrada e a sua saída no clube constatou: Guilherme não está dirigindo.

O jogador foi ao Parque São Jorge num Golf vinho dirigido por um motorista particular. No clube, permaneceu somente o tempo necessário para fazer o trabalho de recuperação na banheira, como fizeram todos os que jogaram mais de 45 minutos na quarta-feira.

As únicas palavras de Guilherme após o jogo contra o Figueirense foram para a rádio Jovem Pan, ainda no túnel do vestiário usado pelo Corinthians no Canindé. O repórter quis saber se estava sendo muito difícil superar o drama do acidente. O atacante nem parou de caminhar para responder: ?Foi duro, está sendo duro e continuará sendo duro?. O jogador afirmou ainda que não se sentia melhor emocionalmente por causa do gol que marcou contra o Figueirense. ?Não vai ser um gol que vai resolver essa questão. Vou ficar com esse problema pelo resto de minha vida?.

Próximo da porta do vestiário, já tendo a proteção de um segurança, o atacante também admitiu que encontrou algumas dificuldades extras no jogo por causa do acidente. ?Em alguns momentos eu consegui manter a minha cabeça no jogo, mas em outros não?.

Parreira – De acordo com o técnico Carlos Alberto Parreira, Guilherme só enfrentou o Figueirense porque quis. ?Deixei a decisão nas mãos dele. Até usei essa expressão: a decisão é sua. E ele respondeu: quero trabalhar?.

O zagueiro Scheidt deverá ganhar um descanso mesmo depois de cumprir a suspensão automática no jogo de domingo, contra o Gama, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O jogador voltou a ser hostilizado pela torcida corintiana após o jogo contra o Figueirense, depois de ter feito o pênalti que deu o empate ao adversário, numa desatenção de todo o time corintiano. ?A bobeira foi do time todo, que ficou comemorando com o Guilherme o segundo gol e não do Scheidt, que era o único que estava na posição certa?, observa o lateral Rogério.

Rogério acha que essa perseguição da torcida contra Scheidt é coisa pessoal. ?Fica até difícil para a gente falar sobre isso, mas não tem outra explicação. Sei lá se isso é em função dos problemas que ele teve com o Marcelinho Carioca, mas o fato é que o Scheidt é sempre mais cobrado que os outros. Mas como se trata de um grande jogador, e muito experiente, ele vai saber como enfrentar esse problema. O Doni também passou por isso e conseguiu dar a volta por cima?, disse o lateral corintiano.

Além de Scheidt, contra o Gama o Corinthians não terá também o volante Fabinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

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