Gustavo Kuerten recebeu nesta terça-feira, em São Paulo, uma homenagem da ATP por ser um dos 16 tenistas que terminaram uma temporada como número 1 do mundo em 40 anos de existência do ranking da entidade. Guga fechou o ano de 2000 no topo da listagem do tênis masculino, depois de ter se sagrado campeão da Masters Cup, competição hoje chamada de ATP Finals, que reúne os oito melhores jogadores de uma temporada.
O ex-tenista se emocionou com a homenagem, que faz parte da campanha batizada de ATP Heritage, da qual o brasileiro faz parte de um seleto grupo de outros jogadores consagrados. São eles: John McEnroe, Bjorn Borg, Jimmy Connors, Ilie Nastase, Andy Roddick, Lleyton Hewitt, Andre Agassi, Jim Courier, Stefan Edberg, Mats Wilander, Ivan Lendl, Pete Sampras, Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.
Ao comentar a sua homenagem, Guga brincou que se sente um “peixe fora d’água nesta turma seleta” e elogiou o desenvolvimento gradativo da ATP, embora a entidade tenha sido alvo de críticas por parte dos tenistas nos últimos tempos, principalmente por causa do seu desgastante calendário.
“Vejo que a ATP está cada vez mais redonda, esse tipo de iniciativa (o ATP Heritage) acho que é fundamental porque o histórico do tênis continua em evidência”, disse Guga, que hoje vê um cenário mais favorável aos tenistas do que na sua época de número 1 do mundo.
“Hoje (a ATP) dá condição melhor para o Djokovic ficar mais três anos, quatro anos na ponta, é bem possível que isso aconteça. De repente já mirar um recorde que já é do Federer, do Nadal”, disse Kuerten, para mais tarde acrescentar: “Hoje há uma possibilidade maior de eles conseguirem se aproximar de recordes, feitos, ser número 1 do mundo porque o circuito está mais homogêneo, as quadras são similares, a chance de o melhor vencer é mais constante”.
Guga ainda lembrou que um maior número de torneios da temporada eram disputados com jogos decididos em uma melhor de cinco sets, fato comum hoje apenas no Aberto da Austrália, em Roland Garros, em Wimbledon e no US Open, os quatro eventos de Grand Slam do circuito profissional.
“Na época em que eu jogava foi bem difícil porque a ATP começou a aumentar o volume de frequência dos jogadores e diversos torneios tinham partidas de cinco sets, com as quadras e as bolas mudando, provocando uma incrível exigência. O Nadal estava falando uns tempos atrás que a ATP está exigindo mais. Na minha época jogava 5 sets no domingo e na terça-feira já estava jogando de novo. E não tinha cabeça de chave (que se classificava direto para a segunda rodada sem precisar atuar na primeira), jogava direto, peguei o auge do ‘furacão'”, ressaltou Guga.