Apelidado de “Cavalo” pelo seu técnico, Larri Passos, por causa da força mostrada nos treinamentos e jogos, Gustavo Kuerten assumiu a ironia e disse que viajaria na noite de ontem para Wimbledon com a inspiração de jogar na grama. “O cavalo sempre costuma se dar bem na grama”, disse.
A estréia de Guga em Wimbledon poderá ser tanto na segunda, como na terça-feira, diante do perigoso tenista holandês Johan van Lottun, um jogador acostumado às superfícies rápidas como a grama. Mesmo assim, o brasileiro está otimista.
“Treinei nos últimos dias em uma quadra de grama sintética, que costuma ser ainda mais rápida”, avaliou Guga. “Agora chegando em Londres é que vai dar para sentir melhor como vai estar.” Guga também confessou que só não jogou nos últimos torneios em Wimbledon por causa de lesão e porque precisava descansar, depois de campanhas exigentes em Roland Garros.
Para o técnico Larri Passos, Guga deve disputar Wimbledon relaxado, sem se pressionar demais. “Até mesmo quando uma bola quicar errado na grama, ele não deve esquentar a cabeça.” O treinador contou que gostaria muito também de ver seu pupilo jogando bem dentro da quadra, colocando pressão nos adversários, subir algumas vezes à rede, mas sem jamais esquecer de seu consistente jogo de fundo de quadra.
Para ganhar mais adaptação à grama, Guga participa também hoje e amanhã de partidas de exibição no clube RoeHampton, bem próximo a Wimbledon. Além de Guga, apenas outros dois brasileiros participam do Torneio de Wimbledon: Flávio Saretta, que estréia com o britânico Alan Mackin, e André Sá, que enfrenta Mariano Puerta.
No qualifying, ontem, três brasileiros foram eliminados. Alexandre Simoni perdeu para Gouichi Motomura, Ricardo Mello para Roko Karanusic e Marcos Daniel para Victor Hanescu.