Uma junção de pequenos fatores emocionais pode fazer Gustavo Kuerten ir ainda mais longe no Aberto da Austrália. A opinião é do próprio tenista, que na madrugada de ontem conseguiu sua segunda vitória na competição, desta vez sobre o croata Ivan Ljubicic, e quebrou o incômodo tabu de nunca ter chegado à terceira rodada em sete anos.
Melbourne, Austrália (tenisbr@sil) – Guga se mostrou animado em quadra, diferente da estréia, quando deixou um adversário sem condições de jogo quase vencer a partida. Contra Ljubicic, mostrou garra para virar o primeiro set após estar em desvantagem de 2/5. Mais à frente, manteve a postura mesmo após perder a segunda parcial em um duro tie-break.
Justamente por isso Guga acredita que possa ir ainda mais longe na competição. O tenista entende que se jogar solto e mantiver a animação, pode bater o tailandês Paradorn Srichaphan e ir à inédita oitavas-de-final, rodada em que teria pela frente, provavelmente, o atual campeão Andre Agassi.
“Estou com a confiança em alta. Neste jogo me senti bem desde o início, mesmo quando estava com 2/5 no primeiro set. Acho que foi o momento mais duro do jogo. Mas felizmente pude mostrar um bom nível e sair coma vitória, o que me deixou ainda mais animado para a seqüência da competição”, explicou Guga após o duelo.
“Foi um bom dia, importante para que eu ganhasse força e passasse a acreditar mais. Agora acho que posso entrar relaxado na quadra, fazer um jogo sem muita pressão na terceira rodada”, ressaltou. “Acho que essas pequenas coisas podem me ajudar a elevar o nível de jogo”, explicou o catarinense.
Bastante animado após a convincente vitória sobre o número 4 da Corrida dos Campeões deste ano, Guga também comemorou o fato de ter conseguido sua melhor campanha no torneio. “É uma nova conquista para mim, mesmo sabendo que não é ainda um resultado espetacular, que eu nunca consegui antes. Mas neste torneio, é algo novo”, explicou.
Srichaphan
O terceiro adversário de Guga no Aberto da Austrália é o tailandês Paradorn Srichaphan. Terça, no último jogo das quadra MCA, o 13.º cabeça-de-chave do Grand Slam nem precisou se esforçar muito para confirmar o favoritismo e vencer sua segunda partida na competição. Srichaphan derrotava o francês Jerome Golmard por 6/3 quando viu o rival abandonar. Agora, ele fará o segundo duelo contra Guga na carreira. Na outra vez em que se enfrentaram, no final de 2002, o tailandês levou a melhor em jogo válido pela primeira rodada do Masters Series de Madri. As parciais foram de 6/4 e 6/4.
Além de ter vantagem no confronto e no ranking, o tailandês também tem outro ponto a favor no confronto contra Guga. Na Austrália, teve duas partidas fáceis e gastou pouco mais de duas horas para vencê-las. Já o brasileiro enfrentou duas batalhas de mais de três horas e chega mais cansado.
Na primeira rodada, o carismático Srichaphan atropelou o argentino Jose Acasuso por 3 sets a 0, parciais de 7/5, 6/4 e 6/0. No ano, o tenista de 24 anos já tem um vice-campeonato em Chennai, onde perdeu a final para o espanhol Carlos Moyá. Na carreira, tem quatro conquistas e quase US$ 2 milhões em prêmios.
Saretta e Sá vencem nas duplas
Melbourne (tenisbr@sil) – Se na chave de simples do Aberto da Austrália Flávio Saretta e André Sá não foram bem, nas duplas os brasileiros começaram com tudo. Na estréia, disputada na noite de terça-feira, eles derrotaram a forte parceria suíça formada por Roger Federer e Yves Allegro, respectivamente números 34 e 50 do ranking individual de duplas.
Saretta e Sá venceram por 2 sets a 0, com um duplo 6/4, em exata uma hora de partida. Esta é a primeira vitória do paulista na chave de duplas de um Grand Slam. Já o mineiro, mais acostumado a jogar os principais torneios da modalidade, quebra o tabu de nunca ter vencido em duplas na Austrália.
Na segunda rodada, a dupla brasileira enfrenta os norte-americanos Jared Palmer e Pavel Vizner.
