Quem apostava que as semifinais do Campeonato Paulista teriam dois clássicos acertou. Mas, diferente do que acreditava a maioria, um deles não envolverá Corinthians e Palmeiras e sim os dois times de Campinas. Depois da Ponte Preta, foi a vez de o Guarani se garantir na semifinal ao vencer o Palmeiras por 3 a 2, neste domingo, no Brinco de Ouro da Princesa. Na outra chave estão São Paulo e Santos.
O clássico de Campinas, provavelmente no domingo à noite, terá mando de campo do Guarani, que tem campanha melhor do que a da Ponte Preta. Há 24 anos o time bugrino não ficava entre os quatro melhores do Paulistão. Já o Palmeiras, em crise, passa a focar na Copa do Brasil. Seu próximo jogo é nesta quarta-feira, contra o Paraná, às 21h50, no Durival de Britto.
O JOGO – Luiz Felipe Scolari acreditava ser possível ganhar o jogo na base da mentira. Fechou os treinos da semana e divulgou uma falsa lista de relacionados. Só quando o Palmeiras chegou ao Brinco de Ouro é que se descobriu que Luan e Valdivia, que o clube divulgou que estavam fora da partida por lesão, na verdade estavam aptos a jogar. O atacante começou como titular, o meia ficou no banco (entrou no segundo tempo).
Em campo, um primeiro tempo abaixo da crítica. O Palmeiras foi um pouco melhor porque tinha Barcos. O argentino, brigador, criou todas as cinco chances dos visitantes. Na prática, porém, nenhuma levou real perigo ao goleiro Emerson, que só teve que trabalhar um pouco mais numa pancada de Luan, que aproveitou chute travado de Barcos.
A melhor chance da primeira etapa acabou sendo do Guarani. Aos 42, Fabinho Souza cruzou da esquerda e encontrou Danilo Sacramento livre no segundo pau. O meia, cara a cara com o goleiro, pegou muito mal na bola e mandou para fora.
O segundo tempo começou muito melhor. Em oito minutos foram três gols. O primeiro foi de Fumagalli, um golaço olímpico, encobrindo Deola – o goleiro deu um passo para frente para marcar Neto e deixou a bola passar.
Pouco depois saiu o segundo do Guarani. Oziel puxou o contra-ataque pela direita e cruzou rasteiro para o meio da área. A bola passou por Deola e Oziel apareceu sozinho para escorar de carrinho e ampliar.
Menos mal que o Palmeiras respondeu no minuto seguinte. Luan fez jogada individual e chutou cruzado. Emerson deu rebote para o meio da área e o veterano Marcos Assunção foi mais rápido que a zaga para pegar a sobra e descontar.
Atrás no placar, Felipão teve que recorrer ao baleado Valdivia. O chileno, porém, pouco fez. O Palmeiras, assim, continuava dependente de Barcos, que criou boa chance que acabou com chute de Luan para fora. O gol quase veio na bola parada. Marcos Assunção bateu falta, Emerson deu rebote, mas conseguiu se recuperar em seguida e salvar o Guarani. A defesa do jogo, porém, foi de Deola, que fez milagre ao defender chute forte, quicado, de Fabinho Souza.
Aos 35, o árbitro Vinicius Furlan deu uma forcinha para o Palmeiras ao não expulsar Márcio Araújo. O volante fez falta em Fabinho Souza, chutou o adversário no chão (na frente de Furlan), mas só levou o cartão amarelo por isso.
O Palmeiras não pressionou o suficiente e, nos acréscimos, levou o terceiro gol – igualzinho o segundo. Oziel cruzou rasteiro da direita e Fabinho Souza marcou no segundo pau. A diferença é que a falha de Deola foi mais grotesca, passando reto pela bola. Ainda deu tempo de, nos acréscimos, Henrique aparecer na área, dar uma de centroavante, e fazer o segundo.
FICHA TÉCNICA:
GUARANI 3 X 2 PALMEIRAS
GUARANI – Emerson; Oziel, Domingos, Neto e Bruno Recife; Willian Favoni (Ewerton Páscoa), Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Fumagalli; Fabinho Souza e Bruno Mendes (Bruno Peres). Técnico: Vadão.
PALMEIRAS – Deola; Cicinho, Maurício Ramos, Henrique e Juninho; Márcio Araújo, Marcos Assunção, João Vitor (Valdivia) e Daniel Carvalho (Fernandão); Luan (Patrik) e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
GOLS – Fumagalli, aos 5, Fabinho Souza, aos 7 e aos 45, Marcos Assunção, aos 8, e Henrique, aos 47 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Vinicius Furlan.
CARTÕES AMARELOS – Bruno Recife, Willian Favoni, Márcio Araújo, Juninho, Fernandão, Barcos, Maurício Ramos e João Vitor.
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 15.005 pessoas.
LOCAL – Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.