Um dia depois do término da Copa do Mundo do Brasil, os resquícios da reforma e ampliação da Arena da Baixada, que abrigou quatro partidas do Mundial, ainda permanecem entre as empresas que prestaram serviços à CAP S/A. Ontem, aproximadamente 40 empresários e operários de diversos seguimentos que trabalharam nas obras do Joaquim Américo fizeram mais um protesto em frente ao estádio atleticano cobrando os pagamentos atrasados que não foram quitados pelo Atlético.
A paciência dos donos de empresa e dos operários se esgotou faz tempo. Depois da primeira promessa de quitar os débitos no dia 15 de junho não ser cumprida, a diretoria do Atlético prometeu que o pagamento seria realizado até o quinto dia útil de julho, mas mais uma vez o clube não cumpriu sua palavra e gerou a revolta geral dos trabalhadores e empresários. “É um absurdo o Petraglia anunciar que o teto retrátil do estádio estará pronto em noventa dias, sendo que ele não pagou ainda nem o que foi construído. É um absurdo e uma falta de respeito”, disse um dos manifestantes.
A justificativa dada pelo Atlético para não conseguir arcar com os débitos restantes dessas empresas é o atraso no repasse da última parcela de R$ 6,4 milhões referente ao último contrato de financiamento firmado junto à Fomento Paraná. O banco estadual, para fazer o repasse deste recurso residual, exigiu que o clube cumprisse uma condicionante do contrato, que prevê a integralização do capital social da CAP S/A na obra de reforma e ampliação do Joaquim Américo.
Após algumas conversas entre representantes do Atlético e da Fomento Paraná, um outro formato para a resolução deste problema foi definido. Uma parte do potencial construtivo colocado à venda pela Prefeitura de Curitiba e que foi dado como garantia para o primeiro contrato de empréstimo de R$ 30 milhões já pertence ao Atlético e isso pode ser considerado como parte do seu capital social na reforma e ampliação da Arena da Baixada. O acordo foi formalizado e o termo aditivo do contrato já está pronto. Assim, depois da assinatura do conselho de investimento da instituição financeira e da CAP S/A os recursos devem ser liberados. A expectativa é de que o repasse seja feito ainda nesta semana ao Atlético.
Tendo em mãos cartazes com os dizeres “O Atlético não paga” e “Desculpe-nos, só queremos receber”, os manifestantes, que chegaram a bloquear o trânsito na Avenida Getúlio Vargas no final da manhã de ontem, foram recebidos pela diretoria de construção da CAP S/A e encerraram o protesto por volta das 15h. Independentemente da promessa, os trabalhadores e empresários prometem nova manifestação na sexta-feira caso os débitos não sejam quitados pela CAP S/A. “Falaram que receberíamos tudo até a conclusão do estádio, mas não aconteceu. Estamos reivindicando nossos direitos, pois não conseguimos fazer os acertos com nossos funcionários”, concluiu um dos empresários presentes no protesto.