A paralisação de parte dos operários que trabalham nas obras da Arena da Baixada, iniciada na segunda-feira, pode trazer consequências muito maiores do que a CAP S/A imagina. O Paraná Online teve acesso a uma carta do diretor de obras do clube, Luiz Volpato, que por sinal é genro do presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, solicitando a imediata paralisação de todas as obras no estádio. Alegando a falta de fluxo financeiro para concluir as obras a tempo, a manifestação do engenheiro vai aumentar a pressão sobre a Fomento Paraná para a liberação de novos repasses. Se esta foi realmente a intenção, conseguiu. Pois, Jérôme Valcke estará em Curitiba no final do mês para avaliar a situação.
Luiz Volpato alega total falta de segurança no canteiro de obras pela insatisfação dos operários com a falta de pagamento dos salários. No documento, enviado ontem ao mandatário atleticano, o engenheiro coloca em dúvida o futuro da obra e afirma que recebeu ameaças nos últimos dias por causa da falta de pagamento dos salários aos operários.
“Isso decorre da total ausência de segurança oriunda da instabilidade financeira gerada através da constante falta de pagamentos a trabalhadores, fornecedores e demais colaboradores, gerando uma incerteza quanto ao futuro da obra, notadamente quanto à segurança das pessoas, do patrimônio e do cronograma. Alerte-se, igualmente, que tal grave medida se mostra imperiosa em razão de ameaças recebidas pelo signatário da prática de danos contra as pessoas e ao patrimônio relacionados ao projeto”, diz um trecho da carta.
Volpato destacou também que a execução do cronograma está prejudicada e sem controle, podendo causar danos consideráveis para a conclusão do estádio a tempo. Ele reiterou o pedido que, até que a ordem seja totalmente reestabelecida no canteiro de obras, as atividades sejam suspensas. Por isso e, considerando a liberação de R$ 4,5 milhões residual do primeiro repasse feito na semana passada, Volpato pediu um posicionamento do presidente Petraglia até segunda-feira.
Greve
O dia começou agitado, ontem. Por volta das 7h, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Curitiba (Sintracon), em um carro de som, iniciaram uma movimentação em frente a sede administrativa do Atlético, na Avenida Getúlio Vargas, que durou cerca de duas horas. Os operários, com os salários atrasados e que aderiram ao protesto, bloquearam totalmente a pista no local.
Depois de uma comissão da CAP S/A, juntamente com o diretor de obras do clube, Luiz Volpato, receber os representantes dos trabalhadores, a paralisação dos operários foi encerrada e os trabalhadores voltaram a exercer suas respectivas funções. “Se novos atrasos acontecerem daqui em diante haverão novas paralisações”, disse Davide, presidente do Sintracon.
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