A greve do Metrô em São Paulo pega em cheio a chegada de alguns dos principais dirigentes da Fifa, que acabam de desembarcar na capital paulista para reuniões da entidade. À reportagem, um exausto Michel Platini não escondia a surpresa. “Levei duas horas e meia do aeroporto ao hotel”, declarou. O ex-craque francês e atual presidente da Uefa está hospedado no Hotel Hyatt.
Quem também não deixou de se queixar foi um dos vice-presidentes da Fifa, Jim Boyce. “Foram três horas de trânsito nesta quinta-feira”, declarou, balançando a cabeça. Jacques Anouma, presidente da Federação de Futebol da Costa do Marfim e membro do Comitê Executivo da Fifa, também era explícito sobre a situação em São Paulo. “Bem-vindo ao país do trânsito”, disse.
Na preparação do Brasil para a Copa, um dos pontos principais alertados pelos organizadores era justamente a mobilidade urbana e a capacidade das cidades de acolher milhares de turistas. Nesta quinta-feira, em São Paulo, a Fifa mantém sua última reunião com a cúpula do Ministério do Esporte e CBF para repassar todos os detalhes da preparação.
Segundo a reportagem apurou, uma das preocupações é justamente com o acesso aos estádios. A entidade teme que jogos comecem com parte das arquibancadas vazias por conta do problema de transporte nas sedes. O governo anunciou mega investimentos em todas as doze cidades que receberão a Copa. Mas parte das obras não ficará pronta e outras sequer foram iniciadas.
GREVE – Os metroviários decidiram em assembleia na noite de quarta-feira pela paralisação “por tempo indeterminado”. O sistema chegou a ser completamente paralisado por um curto período no início da manhã desta quinta, mas duas das cinco linhas voltaram a funcionar, e as outras três linhas (1-azul, 2-verde e 3-vermelha) operam parcialmente, de acordo com o Metrô-SP.
O movimento foi iniciado pela reivindicação dos funcionários para reajuste salarial de 35,47% (7,95% de inflação mais 25,5% de aumento real). A companhia propôs reajuste de 8,7%, que foi rejeitada pelo sindicato da categoria.