Foto: Arquivo |
Em Porto Alegre, o jogo ficou conhecido como a ?Batalha do Olímpico?, pela violência do time gaúcho. continua após a publicidade |
Ainda falta uma semana para o jogo contra o Grêmio e tanto o Tricolor gaúcho quanto o Atlético têm seus desafios no fim de semana contra Náutico e Cruzeiro, respectivamente. Mas devido aos incidentes ocorridos no jogo de ida, em Porto Alegre, a partida do dia 31 de outubro já movimenta os bastidores, principalmente porque os clubes brigam por vagas à competições internacionais (Libertadores e Sul-Americana) nessa reta final de Brasileirão. A imprensa gaúcha divulgou no começo da semana que o Grêmio vai pedir à CBF e ao Clube dos 13, que é presidido pelo gremista Fábio Koff, para sejam adotadas medidas especiais de segurança para o jogo contra o Furacão. O presidente gaúcho, Paulo Odone, disse ainda temer que seu clube seja prejudicado pela arbitragem, diante das declarações da auditora do STJD, Renata Quadros, à Rádio Gaúcha, na qual ela teria dito que o Grêmio é um time violento. Para rebater a acusação, o time gaúcho insinuou que a auditora é torcedora do Atlético Paranaense.
Indiferente
Enquanto a direção gremista começa uma infundada choradeira, o Rubro-Negro pensa somente em sua seqüência no Brasileirão, em especial, no próximo adversário, a Raposa. O diretor de futebol do Atlético, Alberto Maculan, falou sobre o assunto e achou estranho a preocupação gaúcha quanto à segurança, porque o Grêmio já jogou diversas vezes na Arena e nunca teve problema. ?Acho isso fora de propósito. O estádio que dá maior segurança aos visitantes é o do Atlético. Os camarotes são independentes e os dirigentes podem torcer à vontade. O ônibus pára na porta do vestiário e o time visitante não tem contato com ninguém. Se estão preocupados, deve ser por sentimento de culpa pelo que passou?, alfinetou o dirigente em alusão à ?Batalha do Olímpico?.
Para Maculan, a preocupação do Atlético é jogar futebol e focar no Cruzeiro. ?Nem estamos pensando no Grêmio agora. O que nós queremos deles é roubar a vaga à Libertadores. Basta ganharmos todos os jogos. É difícil, é. Mas não impossível. Vamos tentar. Essa é nossa única preocupação?, explicou.
A polêmica criada em torno da disputa com o Grêmio não chegou ao time do Atlético. De acordo com Ney Franco, o pensamento da comissão técnica e jogadores está no Cruzeiro e a preocupação é tentar ganhar no sábado para depois pensar em uma vitória contra o Tricolor gaúcho. Com essas duas vitórias e tropeços de adversários melhor classificados, o Furacão passaria a sonhar com a Libertadores.
No Olímpico, um dos jogos mais violentos do Brasileirão
Ciciro Back |
Alex Mineiro foi a maior vítima. Passou por uma cirurgia e, após três meses, ainda não voltou a jogar. |
Em 28 de julho, o Atlético viajou para enfrentar o Grêmio, em Porto Alegre, e a partida descambou para a violência. No início do jogo, o Furacão perdeu Alex Mineiro, que recebeu um chute involuntário de Tcheco, no rosto. A lesão grave fez com que o atacante passasse por uma cirurgia delicada. Minutos mais tarde, o garoto Evandro também foi retirado de campo, com três dentes quebrados e um arrancado. No final da partida, que terminou empatada em 1 a 1, atletas das duas equipes se desentenderam e houve troca de empurrões.
As diretorias também trocaram farpas em decorrência da ?Batalha do Olímpico?, mas através da imprensa. O presidente atleticano, João Augusto Fleury, emitiu uma carta no site oficial do clube paranaense condenando a atitude dos jogadores gremistas. O presidente tricolor reagiu, chamando o presidente atleticano de ingênuo e dizendo que não deveria ser do ramo (futebol).
Sobre esse relacionamento pouco amistoso entre as diretorias, o diretor de futebol do Atlético, Alberto Maculan minimizou a situação. ?Acho que está se criando um clima para esse jogo que não há motivo. O Alex já tá voltando. A nossa preocupação é jogar futebol?, finalizou.
Reincidente
Além desse incidente com os jogadores do Atlético, a truculência gremista também foi motivo de reclamação por parte da comissão técnica palmeirense. No jogo entre Palmeiras e Grêmio, no Parque Antártica, válido pela 30.ª rodada do Brasileirão, imagens de televisão captaram o chileno Valdívia sendo agredido pelo volante Gavilán. O departamento jurídico do tricolor gaúcho saiu em defesa de seu atleta e passou a versão de que o soco dado pelo gremista foi um revide, pois Valdívia teria agredido Gavilán, anteriormente, em duas oportunidades. O Grêmio tenta, a todo momento, desassociar a imagem de time violento.
Fanáticos assopra as velinhas
Cahuê Miranda
No dia 24 de outubro de 1977, há exatos 30 anos, começava uma história de polêmicas, controvérsias e amor incondicional ao Atlético. Foi num jogo contra o extinto Brasília, na velha Baixada, que um grupo de jovens estendeu pela primeira fez uma faixa com um nome que marcaria a vida do Furacão nas próximas três décadas: Os Fanáticos.
De lá para cá, foram incontáveis jogos, viagens e muitas confusões. O grupo, que começou com cinco componentes, uma faixa e duas bandeiras, virou uma das maiores torcidas organizadas do País. A caveira, marca registrada, tornou-se tão conhecida quanto os próprios símbolos oficiais do clube.
Ao longo desses 30 anos, a torcida ganhou notoriedade pela polêmica. Alguns tristes episódios de violência, disputas internas e as famosas rusgas com a diretoria rubro-negra fazem da facção tema de acalorados debates e muitas controvérsias. Mas é principalmente pela criatividade, fidelidade e vibração que Os Fanáticos marcaram seu nome na história do Furacão e conquistaram o coração de milhares de atleticanos.
A marca de 30 anos de atividade ininterrupta será motivo de uma grande festa, no mês que vem. Serão três dias de folia, nos dias 23, 24 e 25 de novembro. Outras informações no endereço oficial da organizada na internet: www.osfanaticos.com.br.