Velha discussão

Grêmio inicia discussão para a volta do mata-mata no Brasileiro

Aos poucos, começam a se apresentar dirigentes a favor da mudança do regulamento do Campeonato Brasileiro. Após doze edições consecutivas com pontos corridos, as manifestações pela volta do “mata-mata” deixaram de ficar pelos bastidores e passaram a se tornar públicas. Se ainda não é um movimento, com articulação e negociações, pelo menos o barulho já pode ser ouvido – e vindo de Porto Alegre, pensando em mudar as regras a partir de 2016. Na dupla Atletiba, essa mobilização não vai pegar.

Considerado o time mais copeiro do Brasil, o tricolor gaúcho se posiciona como um líder de um possível grupo de clubes e federações unidos para mudar a fórmula do Brasileirão. “O Grêmio tem essa posição, sim. A gente pode avançar isso nos próximos meses, estamos dispostos a nos reunir com outros clubes. A ideia é dar um equilíbrio técnico maior, com mais emoção no final”, disse o presidente Romildo Bolzan em entrevista ao GloboEsporte.com. O time gaúcho foi campeão brasileiro em duas oportunidades. Em ambas aproveitou-se do “mata-mata” para levar a taça. Em 1981 e 1996, teve uma campanha irregular, mas cresceu a partir das quartas de final e levou o título.

O presidente do Santos, Modesto Roma, foi o primeiro a apoiar publicamente as declarações do dirigente gremista. “Esta fórmula está esgotada, está cansada para o torcedor. Vimos o desinteresse no final do último Brasileiro”, disse o cartola. Vale lembrar que o título brasileiro do Santos foi conquistado nos pontos corridos, em 2004, com o Atlético como vice-campeão.
Os dois clubes paranaenses na Série A têm avaliações semelhantes sobre o Brasileirão. Ernesto Pedroso, vice-presidente do Coritiba, defendeu a atual fórmula e partiu pro ataque. “O campeonato de pontos corridos é um sucesso, não tem o que discutir. É o melhor formato no mundo todo. Essa questão de chaves não leva nada e é interessante apenas para os clubes com mais dinheiro e mais incompetentes”, atirou. No Atlético, não há manifestações sobre o assunto, mas o presidente Mário Celso Petraglia sempre se posicionou a favor do atual modelo.

Histórico

Ainda no ano passado, o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, havia se manifestado a favor de alterações na regra do Brasileirão. E ele foi buscar apoio na Globo Esportes, que é quem negocia os direitos de transmissão do campeonato. O diretor da empresa, Marcelo Campos Pinto, é um entusiasta do “mata-mata”, e sempre que vem a público (e são raras as vezes) diz que o futebol brasileiro precisa de “uma estrutura que mantenha todos os times grandes vivos até o mais longe possível”, como ele próprio disse, no final de 2012.

Por enquanto, as chances são pequenas por três motivos. Duas mais claras: o calendário do futebol brasileiro segue espremido (este ano pela Copa América e ano que vem pelos Jogos Olímpicos) e os comandantes da CBF, incluindo o futuro presidente Marco Polo del Nero, não pensam em mudança da fórmula. A terceira razão é que a mudança não pode ser nesse ano, por conta do Estatuto do Torcedor. Mas esse motivo pode ser até a brecha necessária para que o que por enquanto são declarações lá e cá virarem um movimento realmente organizado. (colaborou Ricardo Brejinski)

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