Há três anos, o Grêmio viveu sua maior decepção da história, sendo rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro após perder 25 dos 46 jogos disputados e acumulava mais de R$ 100 milhões em dívidas, além de não ter crédito com os outros clubes para contratar atletas.

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Depois disso, perdeu o presidente Flávio Obino, o técnico Adilson Batista e vários jogadores, todos acusados de só pensarem em dinheiro e de estragar a história do Grêmio.

Hoje, o time vem de duas conquistas estaduais e está prestes a chegar à decisão da Libertadores, da qual já levantou as taças em 1983 e 95. Avança até com derrota por um gol, contra o Santos na Vila Belmiro.

A redenção faz a torcida lotar os estádios, bater recordes de vendas de materiais esportivos com a marca do clube e lançar um jargão que se associa bem à fase vivida. "O Grêmio vai sair campeão, o Grêmio vai sair campeão", é o grito mais ouvido, principalmente no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.

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O grande sucesso tem participação decisiva do retorno do presidente Paulo Odone ao clube – dirigiu a equipe de 87 a 90. Em 2004, após o rebaixamento, ele resolveu se candidatar à sucessão de Flávio Obino para não deixar "o clube largado". "Uma grande loucura saudável que fiz e que hoje estou recompensado", disse o dirigente.

Odone, político respeitado em Porto Alegre e presidente amado pelos gremistas, iniciou o trabalho sem perspectivas. Não tinha, sequer, equipe para iniciar o Campeonato Gaúcho de 2005. "Devíamos entre R$ 110 milhões e R$ 120 milhões. Havia muitos oficiais de Justiça e advogados penhorando tudo aqui no clube. Era um caos.

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Repetindo o que havia feito em 87, quando contratou o técnico Luiz Felipe Scolari, Odone voltou a buscar um treinador no Caxias do Sul: Mano Menezes. O atual comandante está há mais de dois anos no Grêmio e participou de toda a redenção da equipe.

"Vai ser o melhor do País logo, logo. Hoje, só está atrás do Vanderlei Luxemburgo", disse Odone, ao falar de Mano Menezes.

Mas, além do técnico, Odone organizou a casa. Acertou as contas, principalmente com o governo – INSS, Imposto de Renda e FGTS – e fez acordo com os credores. De todo o dinheiro que entra no clube, seja por bilheterias, venda de atletas ou artigos do clube, metade é destinada às dívidas. "Hoje, estamos com a dívida equacionada e sempre pagamos em dia. Os jogadores não ganham fortuna, mas se esforçam pois sabem que seu pagamento estará depositado na data correta", disse o presidente.