Gravação detona esquema envolvendo cúpula da FPF e arbitragem

Uma nova bomba promete sacudir hoje as estruturas do futebol paranaense. O auditor Paulo César Gradela Filho entregará ao presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Bôrtolo Escorsim, o relatório final do inquérito que investigou mais um caso de corrupção no nosso futebol.

Anexa ao relatório, está uma gravação de conteúdo explosivo. Segundo o presidente do Sindicato dos Árbitros do Paraná, Amoreti Carlos da Cruz, a gravação reproduz uma conversa entre ele e o ex-vice-presidente da comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Fernando Luiz Homann, que faz revelações estarrecedoras, que comprometem toda a cúpula da FPF.

A Tribuna teve acesso exclusivo às gravações, que teriam sido feitas por Amoreti no dia 1.º de novembro, dois dias antes do depoimento de Homann ao TJD. Na conversa com Amoreti, Homann conta quais revelações faria ao tribunal. Porém, na hora do depoimento, o ex-vice da comissão de árbitros, orientado por seu advogado, preferiu se calar.

O suposto motivo do silêncio é a primeira revelação contida nas gravações. Segundo Homann confessa a Amoreti, seu advogado, Júlio Militão da Silva, foi contratado pelo presidente da FPF, Onaireves Moura, um dos principais envolvidos nas denúncias.

Além das coincidências pela contratação do advogado de Fernando Homann, as denúncias envolveriam ainda acertos no Campeonato Brasileiro de 1992; favorecimentos ao Prudentópolis e ao Paranavaí, comprometimento de ex-dirigentes da comissão de arbitragem e do presidente da FPF com negociação de atletas e patrocínio esportivos, entre outras irregularidades.  

O inquérito

O relatório que será apresentado hoje, por Gradela ao presidente do TJD, tem como base a investigação interna e os depoimentos colhidos durante a instrução do inquérito, aberto no dia 3 de outubro para apurar as denúncias de um ex-jogador do Engenheiro Beltrão, que em entrevista à Tribuna acusou o clube de ter comprado árbitros para subir à Série Ouro.

Durante as investigações, uma série de novos fatos foram surgindo, envolvendo árbitros, dirigentes de clubes e diretores da FPF, abalando ainda mais o futebol do Estado, já envolvido no escândalo do ?Caso Bruxo?, que culminou no banimento de oito pessoas do esporte.

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