Desde o fim da era dos trajes tecnológicos, apenas duas brasileiras haviam conseguido atingir recordes sul-americanos em piscina longa. A terceira é, finalmente, Graciele Hermann. Depois de muito tempo batendo na trave, a gaúcha do Grêmio Náutico União finalmente conseguiu quebrar a casa dos 25s.

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Mais do que isso. Abrindo o revezamento 4×50 metros livre da sua equipe, ela igualou, nesta segunda-feira, o recorde sul-americano dos 50 metros, com 24s76, mesma marca que a venezuelana Arlene Semeco fez no Mundial de Roma, em 2009.

Assim, a nadadora de 22 anos acabou sendo o grande destaque do primeiro dia de provas do Troféu Maria Lenk, que inaugura a reformada piscina do Parque Aquático do Ibirapuera, em São Paulo.

“Eu estou muito feliz. Olhar o tempo e ver que saiu o 24, ver que todo o trabalho deu certo. A prova foi perfeita, só dei uma respirada, mas agora é focar nos mínimos detalhes e querer sempre mais. Esse primeiro é o 24 de muitos”, festejou – e muito – a gaúcha, que tinha 25s02 como melhor marca e volta a nadar os 50m livre na quarta-feira.

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Mas ela não foi a única boa surpresa do Maria Lenk. Nos 100 metros costas, os favoritos eram Thiago Pereira, pelo Sesi, e o recordista sul-americano Guilherme Guido, do Pinheiros. Mas Fábio Santi, na raia 2, venceu com 54s32, melhorou em 61 centésimos o seu recorde pessoal, e conquistou o índice para o Pan-Pacífico.

“Foi melhor que eu esperava, com certeza. De verdade não esperava. A gente virou os 50 metros todo mundo junto, vi o Thiago um pouco na frente, e pensei: ‘Ah, faltam 50 metros. Foram 15 semanas de treino, o que são mais 50 metros?'”, festejou o incrédulo Fábio Santi, terceiro nome do Pinheiros na prova e agora único brasileiro classificado para nadá-la na Austrália.

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Na prova feminina dos 100 metros costas, nenhuma surpresa. Etiene Medeiros (Sesi), que já havia feito o índice para o Pan-Pacífico pela manhã, não repetiu o tempo 1min00s77, recorde pessoal, mas garantiu o ouro.

Nicolas Nilo Oliveira (Minas) conseguiu evoluir da manhã para a tarde e venceu nos 200 metros livre com 1min47s17, baixando em mais de um segundo o índice, que ele já havia feito pela manhã. Bicampeão universitário nos Estados Unidos, João de Lucca estreou pelo Pinheiros com a prata, sem repetir o tempo que o colocou no Pan-Pacífico.

Em prova de nível técnico mais fraco, Larissa Oliveira (Pinheiros) venceu os 200 metros livre feminino, mas ficou a 2 segundos do índice. Poliana Okimoto, ouro nos 1.500 metros na volta à Unisanta, fez o papel dela para o clube, mas tem como foco as maratonas aquáticas. Ana Marcela Cunha foi prata.

Já o Corinthians superou o recorde sul-americano no revezamento 4×50 m livre no feminino, com 1min40s03, mas a marca não tem validade porque foi feita com a ajuda de duas estrangeiras, as campeãs mundiais Katinka Hosszu, da Hungria, e Jeanette Ottsen, da Dinamarca, que passaram desapercebidas diante do recorde de Graciele. De qualquer forma, é o novo recorde do campeonato.