Governo ouve Bom Senso e quer limitar poder de agentes

Depois de três horas de reunião no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff e representantes do Bom Senso FC, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Antônio Nascimento, revelou nesta segunda-feira que o governo quer reduzir o poder de empresários na venda de jogadores.

Segundo ele, o Ministério do Esporte vai encomendar um estudo à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para constatar as possíveis consequências da medida. “O ministério do Esporte tem uma preocupação em relação aos empresários, ao investimento do futebol brasileiro. Crianças de 14 anos estão sendo aliciadas, entre aspas, por empresários. Nós achamos que no momento em que o refinanciamento da dívida dos clubes fortalece os clubes, é hora também de não fortalecer os empresários.”

De acordo com o secretário, as autoridades brasileiras pretendem estudar o cenário futebolístico de Polônia, França e Inglaterra, que também fizeram uma “redução drástica” do direito econômico do empresário. “Não é voltar à Lei do Passe. É saber como está a relação do empresário com o clube, se está correta ou não. E achamos que tem de ser mudada.” O estudo deve ser concluído em até quatro meses.

Foi a segunda reunião de Dilma com representantes do Bom Senso FC em menos de dois meses – a primeira ocorreu em 26 de maio, quando foi acertada a criação de um grupo de trabalho para elaborar um plano nacional de desenvolvimento do esporte. O fortalecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e a regulamentação da participação de atletas em assembleias gerais de entidades foram algumas das propostas novamente discutidas nesta segunda.

Na sexta-feira, às 11h, Dilma receberá os dirigentes dos principais clubes brasileiros. Na pauta, mais uma vez, a Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê a renegociação das dívidas dos clubes e rebaixamento para os que não pagarem em dia os jogadores. Para o secretário, o governo deve estar preocupado é com a administração e a renovação do futebol nacional, “muito mais do que com a CBF”.

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