Valquir Aureliano
Renegado, Pinheirão agora
é de quase todos.

O Estádio Pinheirão foi o local indicado como sub-sede pelo governo do Estado, caso o Brasil seja o País indicado pela Fifa para sediar a Copa do Mundo de 2014. A escolha foi anunciada ontem pelo presidente da Paraná Esportes, Ricardo Gomyde, após reunião realizada ontem, no Rio de Janeiro, com Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol – CBF.

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O encontro foi considerado providencial. O manda-chuva do futebol brasileiro havia evitado o Paraná na sua navegação pelo País quando entregou o Caderno de Encargos da Fifa para os governadores. Informações do Rio de Janeiro apontavam que ?a não vinda de Teixeira ao Paraná tinha como principal motivo a direção da Federação Paranaense de Futebol, mais especificamente seu presidente, Onaireves Moura?. O dirigente virou persona non grata junto à CBF, depois que Moura deixou de quitar uma dívida envolvendo a seleção brasileira, num jogo das eliminatórias de de 2003, Brasil x Uruguai. Quem acabou tendo que pagar judicialmente a bronca financeira foi a própria CBF.

Para Gomyde, essas arestas não devem interferir na iniciativa do Estado de tentar garantir a realização de jogos do Mundial de 2014 em solo paranaense. ?Temos muito tempo ainda. A questão de indicar o Pinheirão é uma formalidade exigida do calendário da Fifa?, afirmou. ?Se houver necessidade, ou conveniência de outro local, muda-se?, completou Gomyde.

Outra questão divulgada pelo dirigente foi ?a escolha de 18 cidades para serem as pré-indicadas junto à CBF?. Até o dia 31 de maio serão selecionadas 12 cidades. ?O Ricardo Teixeira nos garantiu que o Paraná será uma das sub-sedes da Copa. Estou tranqüilo quanto a isso, pois estamos empenhados em fazer um trabalho sério nesse sentido?, afirmou.

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A indicação do Pinheirão como possível local de uma sub-sede da Copa começou a ser ?desenhada? a partir de reunião envolvendo o presidente da FPF e com o secretário de Educação, Maurício Requião. Um pouco antes, Moura anunciou que ?tinha um projeto para ser apresentado em maio envolvendo a construção de um novo estádio no lugar onde está hoje o Pinheirão?. Esse megaprojeto envolveria investidores estrangeiros, que já haviam se interessado pelo assunto. Não foi dito quem seriam os investidores e qual o valor a ser aplicado.

Depois do encontro com o secretário de Educação, quando foi apresentado um esboço de um local poliesportivo, foi a vez do governador Roberto Requião receber a visita do dirigente da FPF. O governador se entusiasmou com a idéia e teria dado o aval para a indicação do Pinheirão à CBF.

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Coxa oficializa o Gigizão

Dois dias atrás, o presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, também endossou o projeto de ter no Tarumã a construção de uma arena esportiva, que abrigaria todas as exigências da Fifa.

Cercado de cuidados e pedidos para ninguém falar com a imprensa, o conselho deliberativo aprovou carta de intenções para que a diretoria acelere as negociações, mas sem dar uma aprovação definitiva à proposta. ?É confidencial e só vamos poder revelar alguma coisa daqui a duas semanas?, disse o chefão coxa. O governo do Estado daria toda a infra-estrutura. Quem tocaria o projeto seria a Coritiba S/A, empresa criada para driblar credores do Coritiba Foot Ball Club. Ontem, o Alviverde oficializou junto à FPF o protocolo de intenções firmando parceria na construção do novo Pinheirão para a Copa de 2014.

Porém o primeiro a dar ?carta-branca? para a construção de uma área esportiva foi o Paraná Clube, ex-inquilino do Pinheirão. José Carlos de Miranda, presidente do Tricolor que já havia abraçado a idéia após uma conversa com Onaireves Moura. ?Hoje nenhum dos estádios de Curitiba, ou do Estado, teriam condições de atender as exigências que a Fifa faz para jogos da Copa. Seria necessária a construção de um novo estádio?, afirmou há duas semanas Miranda.

Nas projeções dos ?entendidos? em construções de novos estádios, a proposta da FPF giraria em torno dos US$ 50 milhões (R$ 101,2 milhões). Já o pré-projeto do Coxa foi orçado inicialmente em US$ 100 milhões (R$ 202 milhões).

Só como comparativo, o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, que está sendo construído no Rio de Janeiro, para o Pan-Americano, ficaria em R$ 60 milhões, em 2004. Hoje, a obra já consumiu mais de cinco vezes a previsão inicial, custando aos cofres públicos em torno de R$ 350 milhões.