O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reconheceu nesta sexta-feira a necessidade de mudanças no futebol brasileiro e disse que tem acompanhado as repercussões provocadas pelo Bom Senso FC, movimento que reúne os principais jogadores do Brasil com objetivo de defender um calendário mais enxuto e a adoção do fair play financeiro (punição para clubes e dirigentes que deixarem dívidas).
Segundo Rebelo, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Antônio José Carvalho do Nascimento Filho, vem assumindo a tarefa no Ministério de buscar um entendimento entre as partes envolvidas na discussão. “Ele tem conversado, com os atletas e com a própria CBF, sobre os caminhos para encontrar uma solução satisfatória”, explicou o ministro.
As partes envolvidas já tiveram reuniões para discutir as mudanças, mas o Bom Senso vem reclamando de um certo descaso da CBF com o assunto. Os jogadores já fizeram duas manifestações durante rodadas do Campeonato Brasileiro e prometem repetir a dose neste fim de semana. E algumas vozes mais radicais ameaçam até com paralisação caso não aconteça nenhum avanço na entidade.
Rebelo não quis se envolver nessa disputa entre Bom Senso e CBF, mas admitiu que é preciso mudanças no calendário do futebol brasileiro. “Há tempos o Ministério aponta que existe uma superexposição de um grupo de clubes e de atletas”, afirmou o ministro, ao deixar um evento nesta sexta-feira, em São Paulo, reconhecendo que o calendário é extenso para uma elite no Brasil.
Ele também voltou a dizer que as medidas para melhorar o futebol não podem se restringir à elite do esporte. “Um problema importante é a ausência de calendário para a imensa maioria dos clubes e jogadores, que muitas vezes só tem um campeonato estadual de curta duração e depois fica sem atividade ou renda”, disse o ministro. “O Bom Senso envolve atletas muito conhecidos e por isso tem uma grande repercussão. Mas esses outros jogadores também são motivo de preocupação. Temos que trabalhar nos dois sentidos”, completou.