Após duas semanas de debates e discussões, o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou formalmente nesta sexta-feira a transferência da maratona e da marcha atlética de Tóquio para Sapporo na próxima Olimpíada, em 2020, na capital japonesa. A governadora de Tóquio demonstrou publicamente sua discordância com a decisão, mas acabou aceitando a mudança.
“Ouso dizer que esta decisão foi tomada sem um acordo”, disse Yuriko Koike. “Não podemos concordar com a decisão do COI. Mas o COI tem a autoridade final para mudar e nós não vamos obstruir esta decisão. Não aprovo, mas a decisão não pode ser evitada”, declarou a governadora de Tóquio.
Ela disse ainda que o COI não apresentou “argumentos suficientes” para convencê-la sobre a mudança de cidades. A governadora fez as declarações públicas durante encontro entre as autoridades japonesas e o COI, nesta sexta-feira, na capital japonesa. Na reunião foram discutidos também outras questões envolvendo a futura Olimpíada.
A transferência da maratona, contudo, foi o cento das atenções. Isso porque o COI surpreendeu as autoridades japonesas no mês passado ao mudar a sede da tradicional competição e também das marchas atléticas para a cidade de Sapporo, ao norte de Tóquio.
Na avaliação do COI, o calor será uma das principais preocupações durante a Olimpíada. E em Sapporo, que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno de 1972, os atletas devem encontrar “temperaturas significativamente mais baixas”. A previsão é de que a cidade apresente um clima com “cinco a seis graus centígrados” mais frio do que Tóquio.
A decisão inicial surpreendeu o mundo esportivo por não ter sido discutida previamente com as autoridades locais. O COI argumentou que tomou a decisão de forma repentina em razão do que aconteceu no Mundial de Atletismo, em Doha, entre setembro e outubro.
No Catar, o principal problema enfrentado pela organização foi o forte calor, amenizado nas provas realizadas dentro do estádio, tanto na pista quanto no campo. Nas ruas, porém, as altas temperaturas prejudicaram as performances dos atletas da maratona e da marcha atlética. Estas provas precisaram ser disputadas à noite, em razão do calor menos intenso neste período.