Os planos do Comitê Olímpico Internacional (COI) de mudar a sede da maratona, de Tóquio para Sapporo, vão enfrentar forte oposição por parte das autoridades políticas da capital japonesa. Nesta quarta-feira, a governadora Yuriko Koike criticou a alteração do local da tradicional prova na Olimpíada do próximo ano e cobrou publicamente o COI.
“É o meu desejo que a maratona e a marcha atlética sejam disputadas em Tóquio”, declarou a governadora, durante evento que contou com a presença de diversos dirigentes do COI, na capital japonesa. O encontro, com duração de três dias, servirá para conversas e discussões sobre a evolução da preparação japonesa para os Jogos Olímpicos de 2020.
Tanto a maratona quanto a marcha atlética deveriam ser disputadas em Tóquio, sede oficial da Olimpíada do próximo ano. Mas o COI, em anúncio ainda a ser confirmado, afirmou no dia 16 deste mês que pretendia transferir estas duas provas, tanto no masculino quanto no feminino, para a cidade de Sapporo, ao norte de Tóquio.
Na avaliação do COI, o calor será uma das principais preocupações durante a Olimpíada. E na cidade de Sapporo, que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno de 1972, os atletas devem encontrar “temperaturas significativamente mais baixas”. A previsão é de que a cidade apresente um clima com “cinco a seis graus centígrados” mais frio do que Tóquio.
A decisão ainda não oficial de mudar a sede destas competições, porém, agora enfrenta a resistência da governadora de Tóquio. Nesta quarta, ela criticou a transferência de cidades como “sem precedentes” e disse que a decisão lhe causou “um tremendo choque”, gerando um clima de mal-estar no encontro, diante de dirigentes de alto escalão do COI, como John Coates e Christophe Dubi.
“Consideramos isso uma mudança sem precedentes nos eventos do COI, por fazer tal proposta de forma tão abrupta, sem consultar ou discutir nada com a cidade-sede da Olimpíada”, declarou a governadora.
Tentando evitar maior atrito, Coates admitiu que a decisão foi rápida, mas indicou que não deverá voltar atrás. “Esta foi uma decisão tomada de forma veloz. Foi uma decisão tomada como consequência do que vimos em Doha”, afirmou o dirigente, ex-vice-presidente do COI.
Doha recebeu o Mundial de Atletismo no mês passado e uma dos problemas enfrentados pela organização no Catar foi o forte calor, amenizado nas provas realizadas dentro do estádio, tanto na pista quanto no campo. Nas ruas, porém, as altas temperaturas prejudicaram as performances dos atletas da maratona e da marcha atlética. Estas provas precisaram ser disputadas à noite, em razão do calor menos intenso neste período.