Golfista da África do Sul é mais um a desistir do Rio-2016 e culpar zika

O sul-africano Branden Grace, 11.º colocado do ranking mundial, é mais um golfista a anunciar que não virá aos Jogos Olímpicos do Rio e colocar a culpa no temor de ser contaminado pelo vírus da zika. Pelo menos quatro golfistas já haviam feito o mesmo, contra apenas um esportista de todas as demais modalidades somadas – um ciclista norte-americano.

“Depois de uma séria consideração, é com pesar que eu decidi retirar-me da competição olímpica por causa do risco de contaminação pelo vírus da zika. Ainda que seja um grande objetivo para mim representar meu país na Olimpíada, nós vamos nos casar em novembro e pensamos em começar uma família no futuro. Então eu devo pensar primeiro na minha saúde e da minha família”, disse ele em comunicado.

A imprensa especializada em golfe tem tratado a zika como uma “muleta” para os golfistas que já não desejavam disputar a Olimpíada. O Rio-2016 marca o retorno da modalidade ao programa olímpico e a presença dos melhores profissionais do mundo sempre foi uma incerteza – a maioria absoluta deles nunca se posicionou confirmando que participaria.

Agora, o vírus da zika tornou-se um argumento para justificar ausências que já eram esperadas. Na quarta-feira passada, o irlandês Rory McIlroy, quarto do ranking mundial, também culpou o zika por não vir ao Brasil, afirmando que sua saúde vinha em primeiro lugar. Há dois meses, ele passou férias em Barbados, um país que também tem surto de zika.

O também sul-africano Charl Schwartzel, número 23 do ranking mundial, já havia relacionado sua ausência no Rio por causa do zika. O mesmo fizeram o australiano Marc Leishman e o fijiano Vijay Singh. O australiano Adam Scott, o sul-africano Louis Oosthuizen e o irlandês Graeme McDowell também não virão ao Rio, mas deram outros argumentos.

A tendência agora é que, até o dia 11 de julho, quando fecha o ranking olímpico, mais golfistas anunciem a desistência de participar dos Jogos. A modalidade tem um calendário extenso e participar da Olimpíada implica em abrir mão de eventos do circuito profissional. Só este ano, Grace já ganhou US$ 2,2 milhões só em premiações.

O movimento é semelhante ao de 32 anos atrás. Quando o tênis voltou ao programa dos Jogos, em 1984, só dois dos 10 primeiros do ranking foram a Los Angeles. Isso é explicado pelo fato de os golfistas (assim como acontecia com o tenistas) terem se formado sem considerar o ouro olímpico como um objetivo de carreira.

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