Norberto Murara Neto, mineiro, apenas 21 anos. Não cobra faltas como Paulo Baier. Não tem a velocidade de Rafinha.

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Não tem a explosão de Kelvin. Mas Neto, o goleiro do Atlético, pode ser considerado o principal jogador do futebol paranaense em 2010.

Afinal, além de assumir a camisa 1 do Furacão ainda jovem, foi o único jogador do Estado a ser convocado – e duas vezes – para a Seleção Brasileira nesta temporada.

Se o Brasil garantir a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, ele não só é nome certo mas o provável titular deste time que Ney Franco poderá montar.

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Para Neto, o ano foi mais que perfeito. Vamos voltar a janeiro. O Atlético acabara de se safar do rebaixamento sob o comando de Antônio Lopes. A equipe era contestada, e por isso remontada.

Quem acompanhava o dia-a-dia do clube fazia apostas altíssimas em um goleiro que já era reserva de Galatto no segundo semestre, e que fora escalado na última rodada do Brasileiro de 2009 (seu primeiro jogo como profissional foram meses antes, em 16 de agosto de 2009, na vitória por 3 x 0 sobre o Barueri).

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Apesar das boas atuações do goleiro gaúcho naquele ano, ninguém no clube fez a menor questão de mantê-lo quando surgiu a notícia de que o Litex Lovech, da Bulgária, queria contratá-lo.

Tudo porque Neto, que chegou ainda garoto ao CT do Caju, assombrava a todos nos treinos. Desde os 14 anos ele mostrava talento. Ganhou vários títulos nas categorias de base.

Tinha o destino traçado – seria goleiro titular do Atlético. Faltava decidir quando. A diretoria e o Delegado perceberam que precisava ser em 2010. E Neto não decepcionou.

Cometeu pouquíssimas falhas em toda a temporada. Assumiu a camisa 1 ainda com 20 anos, mas parecia ser um veterano. Liderou a defesa do Furacão no Paranaense, passando ileso pelos maus momentos técnicos do time com Lopes e o sucessor Leandro Niehues.

Algum desavisado pode lembrar que Neto levou muitos gols no Brasileirão, principalmente nas primeiras rodadas. Mas é bom ressaltar que o Atlético estava fazendo água, tanto que mudou o comando técnico (saiu Niehues, entrou Paulo César Carpegiani) antes que a casa caísse definitivamente.

E quando o time se acertou, o goleiro passou a trabalhar menos. Mas quando trabalhava, era sempre com eficiência. Em algumas partidas da Série A, Neto foi o melhor em campo, fazendo defesas importantíssimas.

Tanta eficiência foi premiada. Em setembro, ele foi chamado pela primeira vez por Mano Menezes, para compor a Seleção Brasileira que enfrentaria Irã e Ucrânia. Como antes o treinador convocara Renan, do Avaí, imaginou-se que seria um “rodízio” com os goleiros com idade olímpica.

Mas Neto foi novamente convocado em novembro, para o jogo com a Argentina. Termina a temporada como nome certo da Seleção que poderá disputar os Jogos de Londres, caso o Brasil se classifique.

Bastante identificado com o Furacão, ele pode se tornar um dos grandes da história do clube. Claro, se não trocar a Arena por uma aventura na Europa. E não é heresia dizer que Neto tem tudo para ser o maior desde Caju. Isto se não se tornar maior que o mito.