O melhor ataque é a defesa. O antigo ditado usado constantemente no futebol cai como uma luva no Paraná Clube em 2014. Dona da melhor defesa da competição, com apenas sete gols sofridos, a zaga paranista foi fundamental para que o time terminasse a primeira fase da competição em primeiro lugar. E o grande responsável pela marca alcançada nas onze rodadas disputadas até aqui tem um nome: Marcos.
Dono da camisa 1 na atual temporada, o goleiro, velho conhecido do torcedor, vem se destacando no Estadual com boas defesas. Mesmo assim, o experiente arqueiro, de 37 anos, divide os méritos da marca com os companheiros. “Isto é fruto de muito trabalho e dedicação de todos. Todo mundo comenta que é a defesa, mas isto é fruto da equipe. A marcação começa lá na frente. Fico muito feliz porque tudo isso é mérito dos meus companheiros”, disse ele, que está reconstruindo sua história no clube onde foi revelado.
Contratado no final de 2012 pelo Tricolor, Marcos precisou amargar o ano de 2013 como reserva de Luís Carlos, hoje no Ceará. Persistente, o goleiro não se abalou e se tornou peça vital dentro do grupo. Tanto que, mesmo lesionado, em outubro, foi relacionado duas vezes para ficar no banco. “Ele é um excelente goleiro, principalmente para o grupo, e só ajuda o clube. Passei a observar mais ele e a sua importância. Até em função da própria idade, ele é o goleiro ideal que qualquer clube gostaria de ter”, apontou Edu Brasil, comentarista da Rádio Banda B.
Agora, com a mudança de treinador e preparador de goleiros, veio a oportunidade de vestir novamente a camisa 1. E ele vem dando conta do recado. Para Guilherme de Paula, comentarista da rádio 98FM, as atuações de Marcos estão sendo determinantes para a zaga paranista ser a menos vazada da competição. “Em alguns momentos ele é melhor que a própria defesa. Apesar dos números, não vejo um time organizado defensivamente, até pelo parâmetro dos ataques adversários. Muitas vezes o Marcos foi melhor que os zagueiros. Ele só teve uma falha, que foi vital, contra o Maringá, mas foi fundamental nos outros jogos”, destacou ele.
Já para Manoel Fernandes, narrador da rádio RB2, a experiência do arqueiro e o fato dele passar instruções para os zagueiros ao longo do jogo é que estão fazendo a diferença. “O Marcos conversa muito, orienta a defesa. Ele comanda tudo ali atrás, pede posicionamento e isso ajuda muito. O Régis (ex-goleiro do Paraná nos anos 1990) fazia muito isso e ele aprendeu muito com o Régis e também em Portugal. Para mim, o Marcos é o responsável por esses números. Ele está em uma boa fase”, avaliou Maneco.
Agora, diante do Atlético, nas quartas de final, vem o maior desafio de Marcos desde o seu retorno ao Paraná: conquistar um título. Para isto, terá que quebrar um retrospecto negativo. Nas duas vezes que enfrentou o Furacão em mata-mata, foi derrotado. Uma chance de, mais uma vez, reconstruir a história. “Infelizmente fomos eliminados no passado. Em 2001 foram três jogos e três empates e agora espero que as coisas ocorram de maneira diferente. Mas o bom do futebol é isso, ele nos dá a oportunidade de reverter. E vamos trabalhar pra isso”, disse.