Com qualidade e organização, o Brasil nem precisou fazer uma grande partida para dominar completamente a Bolívia. Mas a seleção venceu? Que nada. E desta vez não foi a falta de ar que atrapalhou. Foi o impressionante goleiro Lampe, que teve a melhor atuação da vida e segurou o 0x0 na tarde desta quinta-feira (5) no estádio Hernando Siles.
A seleção brasileira não resistiu à altitude. Isto mesmo antes do jogo começar, porque Tite orientou a equipe a evitar a correria, para que o time não fosse vencido pelo cansaço. Até quem estava parado, como os jornalistas que estavam na capital boliviana, sofriam com o ar rarefeito. Em contrapartida, os donos da casa tentavam acelerar o jogo justamente para complicar a vida brasileira.
Mas como nem mesmo a Bolívia conseguia muita coisa. Só aos 15 minutos Cristhian Machado deu o primeiro chute a gol, e levando perigo a Alisson. Mas chance de verdade aconteceu só aos 24 minutos, quando Gabriel Jesus tocou de calcanhar para Neymar, que mandou colocado no canto e obrigou Lampe a fazer ótima defesa. Logo depois, Miranda quase abriu o placar no escanteio.
E tinha aquela coisa – se apertasse, a zaga boliviana entregaria. Aos 31 minutos, numa confusão dos defensores, Gabriel rolou para Neymar e o camisa 10 só não marcou porque Lampe salvou os donos da casa. E o goleiro da Bolívia virou herói aos 38, quando foi a vez de Neymar lançar Gabriel, mas o chute explodiu no rosto do arqueiro.
O gol era merecido. E isso com a seleção jogando sem engatar nem a terceira marcha. Aos 43, Neymar driblou Lampe, mas quando tocou para o gol o zagueiro Valverde tirou. E o lance se repetiu – Ney pegou o rebote e chutou de novo sem goleiro, Valverde tirou de novo. E antes do primeiro tempo terminar, Lampe de novo fez milagre num chute de Daniel Alves, e Bejarano acertou um tirambaço na trave.
A segunda etapa começou igual. Logo de prima, Paulinho escorou cruzamento e o goleiro fez mais uma grande defesa. Já estava irritando. Neymar seguia tentando – errou um toque por cobertura, foi travado por Castro na hora que iria marcar. Tirando uma ou outra avançada da Bolívia, o jogo era todo brasileiro.
Quem estava mal era Phillippe Coutinho. Ele demonstrava ainda falta de ritmo – acentuada pela altitude. E por isso Tite o tirou do jogo, colocando Willian. Mas já era um momento em que a seleção reduzia o ímpeto, os jogadores tentavam arrancar e não conseguiam. A torcida boliviana nem se incomodava com a falta de produção de seu time, queria era ver um gol.
Só faltava combinar com Lampe. Aos 30 minutos, o goleiro defendeu outro chute de Neymar. 32 minutos e foi Willian quem parou no camisa 1 dos donos da casa. 37 minutos e foi Gabriel Jesus que quase fez, mas sabe Deus como ele espalmou. Não era dia do Brasil. Era dia de Lampe.