Goleada aumenta o desespero tricolor

Vergonha! Vergonha! Vergonha! O desabafo do sofrido torcedor paranista resume bem o momento do clube. Goleado – e agora em casa – pelo Criciúma, o Paraná Clube “mergulhou” perigosamente na temida zona de rebaixamento. Enquanto outros clubes da ponta de baixo da tabela dão sinais de reação (à exceção do Flamengo), o Tricolor segue em visível declínio. Foi a terceira derrota em seqüência – a 11.ª no geral -, novamente por três gols de diferença. Teve de tudo no jogo. Rigor da arbitragem (só para um lado), erros individuais incríveis e belos gols, que garantiram a vitória do Criciúma (3×0).

Se na derrota anterior, em Goiânia, o técnico Gilson Kleina colocou o cargo à disposição, desta vez, o caminho foi outro. Entre críticas incisivas ao árbitro Cléber Wellington Abade, comissão técnica e diretoria ressaltaram a importância de “cabeça fria” para se buscar um ponto de apoio que possa dar ao clube a possibilidade de se reerguer na competição. Postura essa que vai na contramão do pensamento do torcedor. Se as vaias acompanharam o time durante a maior parte do jogo, a partir do terceiro gol o torcedor passou a ironizar a atuação de seu time, gritando “olé” a cada toque do Criciúma.

Alguns jogadores não devem voltar tão cedo ao time. O lateral-direito Cláudio e o atacante Galvão se tornaram os alvos principais da revolta da galera – sem contar o técnico Gilson Kleina. A cada bola perdida pelo atacante, o torcedor gritava “ão, ão, ão…Galvão é seleção”. Contratado para ser a referência ofensiva do Paraná, Galvão fez apenas quatro gols até aqui (5, mas um deles foi creditado a Wiliam) e ontem não conseguiu uma finalização eficaz sequer contra o goleiro Fabiano. “Alguns jogadores terão que dar um tempo fora do time. Não há clima emocional para estes atletas”, reconheceu o vice de futebol José Domingos, após o jogo.

Gilson Kleina frisou que não era desculpa pela derrota, mas creditou boa parte do revés à expulsão de Fernando Lombardi, logo aos 11 minutos de jogo. O zagueiro deu um “carrinho” em Vágner Carioca e Abade mostrou rigor ao usar o cartão vermelho. Não usou do mesmo critério minutos depois, quando o zagueiro Ronaldo “parou” Canindé com falta e era o último defensor catarinense. A desvantagem numérica fez o Paraná lutar muito, mas a ducha fria veio com um gol de Vágner Carioca, no ângulo. O panorama do segundo tempo não se alterou. O Paraná esbarrava em uma equipe bem postada e, novamente de fora da área o Criciúma foi mais preciso. Marcos Denner fez o segundo. Pouco depois, Fernandinho se deu ao luxo de driblar Flávio e só rolou para o gol vazio.

CAMPEONATO BRASILEIRO
21ª RODADA
SÚMULA
Local: Pinheirão (Curitiba).
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP).
Assistentes: Marinaldo Silvério (SP) e Maria Eliza Correia Barbosa (SP).
Renda: R$ 10.057,50.
Público: 850 pagantes (1.243).
Gols: Vágner Carioca a 32? do 1º tempo. Marcos Denner a 22? e Fernandinho a 25? do 2º tempo.
Cartões amarelos: Gélson Baresi, Cristian e Canindé (Paraná). Gilmar Lima, Ronaldo, Cléber Gaúcho e Vágner Carioca (Criciúma).
Expulsão: Fernando Lombardi a 11? do 1º tempo.

PARANÁ CLUBE 0x3 CRICIÚMA

PARANÁ
Flávio; Cláudio (Marcelo), Fernando Lombardi, Gélson Baresi e Vicente; Gilmar, Beto, Cristian (Marcel) e Canindé; Galvão e Sinval (Nelinho). Técnico: Gilson Kleina.

CRICIÚMA
Fabiano; Luís Paulo (Rafael), Gilmar Lima (Duílio), Ronaldo e Luciano Almeida; Cléber Gaúcho, Geninho (Paulo César), Athos e Fernandinho; Vágner Carioca e Marcos Denner. Técnico: Vágner Benazzi.

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