Não foi só o alambrado de Presidente Prudente que Ronaldo abalou no domingo (8). Ao marcar um gol que valeu o empate heroico do Corinthians com o Palmeiras, o Fenômeno fez comentaristas e narradores perderem o limite das quatro linhas, gritarem ‘Deus existe!’ e darem força a um outro fenômeno no futebol. Com a mesma intensidade que ama e odeia jogadores, técnicos, juízes e bandeirinhas, a torcida se divide entre paixão e repulsa pela classe dos locutores esportivos.

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Famoso pela narração emotiva, Luciano Do Valle foi o autor do “Deus existe!” assim que Ronaldo marcou. Se acha que exagerou? “A culpa não é minha. Foi Deus quem me fez desse jeito. Aos 5 anos, eu já me emocionava com jogo de botão”. Cléber Machado, da Globo, sempre mais ponderado que seu colega Galvão Bueno, extrapola a ‘isenção jornalística’ ao lembrar do lance. “Foi preciso escolher as palavras certas e o raciocínio correto para narrar o fato e sentir a emoção.”

Entre os comentaristas, o dilema segue. Os ex-jogadores Neto, da Band, e Caio, da Globo, personificam jeitos diferentes de palpitar sobre as partidas. Sobre Ronaldo, Neto, corintiano fanático assumido, foi outro a não conter a emoção. “Em tanto tempo em que sou comentarista, não lembro de quando fiquei tão emocionado.” Caio, mais pé no chão, vai por outro caminho. “Tento ser o mais sincero, sempre penso nos torcedores dos dois times. Torcedor é muito passional, é muito fácil um comentário virar uma bola de neve.”

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