Atletibas históricos

Gol de Paulo Vecchio no final da partida deu o título ao Coritiba em 1968

Os tempos eram difíceis para a dupla Atletiba na década de 60. As duas equipes passavam por um jejum de títulos quando foram disputar a final do Paranaense de 1968. O Atlético estava há dez anos sem conhecer o sabor de levantar a taça e o Coritiba há oito anos.

O Verdão jogava pelo empate, já que havia vencido a primeira partida por 2 a 1. Mas quem saiu na frente foi o Atlético, com gol de Zé Roberto, já no segundo tempo. Com o resultado o Rubro Negro levava a decisão do título para mais um confronto. Aos 45 minutos da etapa complementar, Nilo cobra falta com perfeição na cabeça de Paulo Vecchio, que no meio dos zagueiros, coloca a bola para dentro. Após o gol o árbitro encerrou a partida e o Coritiba sagrou-se campeão do Estado.

Zé Roberto, um dos maiores jogadores que já passou pelo futebol paranaense, diz que o confronto foi equilibrado e que os times eram equivalentes. “O Jofre (Cabral, presidente do Atlético) montou um grande time. O jogo era importante e foi pau a pau. A partida foi igual até o fim, mas o Paulo Vecchio fez aquele gol de cabeça e acabou o jogo. A torcida rubro negra já gritava ‘é campeão’. Foi complicado!, afirmou.

O Gazela, que brilhou na dupla Atletiba, diz que para o clássico de domingo não tem favorito, mas revela: “Sou Coxa e torcerei para o Coritiba. Os dois times estão mal até pela estrutura que têm. O Couto Pereira vai estar lotado e clássico não tem favorito”, concluiu.

O protagonista do título de 68, Paulo Vecchio, revelou que a decisão era importante e que a torcida vibrava mais com os clássicos do que atualmente. “O futebol paranaense não tinha muita representatividade no cenário nacional e os torcedores se apegavam ao Estadual”, salientou.

Sobre o jogo do título, Vecchio disse que entrou em campo com os nervos a flor da pele. “Foi combinado que não jogaria esta partida. Na volta para o segundo tempo, o técnico (Francisco Sarno) disse que eu entraria, mas ele não me colocou. Fiquei ouvindo o jogo no vestiário juntamente com o Evangelino (ex-presidente), que estava muito nervoso. Aí escutamos o gol do Zé Roberto e o Chinês pediu que eu entrasse em campo e fizesse o gol do título. Quando o técnico me chamou meti a boca nele porque cheguei a pensar em ir embora”, contou o craque. “O Paulista havia feito uma falta e foi expulso de campo. O Nilo bateu e a bola foi para fora, mas o Arnaldo (César Coelho, juiz da partida) mandou voltar o lance porque o Paulista não havia saído de campo. Nesta primeira cobrança, o Belini (zagueiro atleticano) havia me empurrado, mas na segunda subi com o cotovelo no pescoço dele e cabeceei livre para fazer o gol”, complementou.

Para o jogo de domingo, Vecchio acredita que o Atlético é o favorito. “O Atlético vem em um melhor momento porque está vencendo, mas o Coritiba não pode pensar em outro resultado que não seja a vitória. Se perder cairá para segunda divisão. Vamos ver se vai ter outro Paulo Vecchio (risos) para colocar a bola pra dentro porque esse Ariel é muito ruim. Ele deveria ser lutador de boxe. Acredito que meio a zero para o Coritiba está bom, mas não será fácil”, finalizou.

Ficha da partida Coritiba 1 x 1 Atlético 28/08/1968

Coritiba: Célio, Deleu, Nico, Roderley e Nilo; Roni, Lucas, Oromar (Walter) (Paulo Vecchio) e Kruger; Kosilek e Edson.

Atlético: Gil, Adilson, Belini, Charrão e Gilberto; Jair Henrique, Paulista, Dorval e Zé Roberto (Zezinho); Milton Dias e Nilson.

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