Um dos representantes do Paraná na Série C do Brasileirão 2007, o Paranavaí, ainda não decidiu se disputará a competição nacional. Isso se deve ao provável desmanche que a equipe sofrerá após o término do estadual.
A bela campanha realizada pelo Vermelhinho fez nascer o interesse de outras equipes do País nos jogadores e também no técnico Amauri Knevitz.
Por ser um time considerado modesto, do noroeste do Estado, o Paranavaí, atualmente, não teria condições de bancar a permanência de suas principais estrelas. A folha de pagamento do clube é pouco superior a R$ 50 mil, incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários.
Para disputar a Série C, que começa em julho, a diretoria do clube teria que viabilizar a permanência de alguns jogadores – para dar base à equipe – e sair ao mercado em busca de reforços. Apesar das limitações, a vontade do presidente Nivaldo Mazzin e do diretor de futebol Lorival Furquim é que o clube dispute a competição nacional.
A última participação do Paranavaí, em nível nacional, foi a Copa do Brasil, em 2004. O adversário e algoz foi o Gama, do Distrito Federal, que eliminou o Vermelhinho ainda na 1.ª fase.
O diretor de futebol, Lorival Furquim, conversou com a Tribuna sobre a situação do clube e os planos futuros.
Tribuna: Existe a possibilidade do ACP não disputar a Série C?
Lorival Furquim: Estamos trabalhando para viabilizar isso. Não queremos apenas participar da Série C, mas ter um time competitivo que possa subir à Série B.
Tribuna: Pela ótima campanha no estadual o desmanche na equipe é inevitável…
Lorival: Já estávamos esperando por isso, por essa valorização dos nossos atletas. Tenho que ser sincero e não temos como segurar alguns jogadores. Temos um goleiro que é considerado o melhor da competição e outros atletas que estão se destacando.
Tribuna: O técnico Amauri Knevitz também foi procurado?
Lorival: Há propostas de equipes da Série B e pela campanha realizada aqui, ele foi valorizado. Mas ainda vamos conversar com o Amauri e tem grande chances de ficar.
O contrato dele termina no final do estadual.
(Knevitz foi uma aposta de Furquim).
Tribuna: Não há condições de bancar a permanência dos jogadores ou técnico através de parcerias?
Lorival: Não fazemos parcerias com empresários. Isso não se usa aqui. Inclusive, no hotel em Curitiba, temos seguranças para impedir o assédios de nossos jogadores por empresários e agentes.
Tribuna: Com esse desmanche, o ACP tem que ir ao mercado em busca de reforços. Dá para montar um time competitivo até início da ?Terceirona??
Lorival: Estamos em negociação com o Cene (MS) tentando uma parceria. Também há contatos com outros clubes. A intenção é montar um time forte para representar bem o nosso Estado.
Tribuna: Qual o critério adotado para as contratações?
Lorival: Agimos com a razão, tudo dentro de um planejamento. Tenho feito a montagem do time há 15 anos. Viajo ao interior para ver os jogadores. Não há contratação por vídeo ou ingerência de empresários. Aqui não se paga muito, mas paga-se em dia e damos as melhores condições de trabalho a todos: bons hotéis e viagens.
Tribuna: Qual é o gasto com a folha de pagamento do clube?
Lorival: R$ 52 mil com todos. Desde a cozinheira, elenco, comissão técnica e funcionários (alguns jogadores têm parte do salário bancados por empresários).
Tribuna: Caso não dispute a Série C, o objetivo é vencer a Copa Paraná?
Lorival: Qualquer que seja a competição, vamos entrar para representar bem a tradição do ACP. Hoje a equipe do Paranavaí é respeitada e reconhecida.
Tribuna: Se disputar a competição nacional, o ACP não joga a Copa Paraná?
Lorival: Provavelmente.