De crítica, a situação do técnico Givanildo de Oliveira começa a ficar cômica dentro do Atlético. Depois de não comparecer na coletiva após o jogo de sábado na derrota de 3 a 2 para o Goiás, o treinador não participou ontem da janela com a imprensa já mandou avisar que também não fala hoje. Foi o suficiente para uma equipe de tevê apontar o microfone para o retrato do profissional numa capa de jornal justamente com a chamada ?Cai ou não cai??. Sobrou para o meia Fabrício e o volante Alan Bahia encararem o paredão para tentar explicar a crise que vive o Rubro-Negro.
Após a derrota para o Internacional, Giva pediu para não falar mais sobre o assunto demissão. A imprensa respeitou e tratou só de bola em jogo. Ele conseguiu vencer o Santa Cruz, mas se enroscou contra o Goiás e sumiu. Não quis falar sobre a partida.
A Tribuna manteve o contato com o treinador para esclarecer as especulações sobre sua saída. ?Vai ficar na especulação. Não falei na coletiva e não vou dar entrevista?, disse.
Ontem, repetiu a dose e se esquivou dos repórteres.
?É complicado (a situação de Giva). Mas isso é decisão da diretoria, que resolveu que ele ficasse e nós jogadores também estamos apoiando?, analisa Fabrício. Para Alan Bahia é a mesma coisa. O problema do treinador é para a diretoria resolver. ?Sabemos que é um treinador de qualidade, que está tentando dar o seu máximo para o time sair dessa situação e, infelizmente, não estamos conseguindo?, diz o volante.
Segundo Fabrício, todos estão no mesmo barco e precisam lutar para tirar o time dessa situação.
?Isso aqui é um grupo e a responsabilidade não é só dele. Se ele colocou o cargo à disposição não sei, é uma coisa dele com a diretoria, mas nós estamos juntos?, aponta. O meia também fala que não dá mais para ficar falando que o técnico vai sair ou que o time é jovem, inxeperiente. ?Agora, todos têm que chamar a responsabilidade, levantar a cabeça e conquistar as vitórias porque só as vitórias vão tirar a gente dessa situação delicada, de cobrança da torcida?, destaca.
Artilheiro vira problema de última hora
Se já não bastasse os maus resultados, o técnico Givanildo de Oliveira ainda poderá ganhar um desfalque de última hora para enfrentar o São Caetano amanhã. O atacante Pedro Oldoni, artilheiro do Brasileirão com seis gols, torceu o tornozelo direito no treinamento coletivo de ontem e pode ficar fora do confronto contra o Azulão. Exames mais apurados estão sendo realizados pelos médicos, mas caso ele não possa atuar Herrera entrará em seu lugar e o esquema tático será mantido. Se ele jogar, o treinador poderá usar o 4-4-2 mantendo o colombiano e sacando Alex.
?Torci o pé, vou fazer um raio-x. Não sei se terei condições de jogar porque só vou ver amanhã (hoje) com o médico?, revela Pedro. Ontem à noite, ele fez tratamento com gelo para tentar a recuperação. A idéia de Giva era mudar o time para uma formação diferenciada. No início do trabalho, ele tirou o zagueiro Alex da equipe e pôs Herrera ao lado de Pedro, com Ferreira formando a meia ao lado de Evandro, Erandir e Alan Bahia. Como o artilheiro se machucou, o treinador resolveu voltar com Alex na zaga, adiantando Ferreira para jogar ao lado do conterrâneo.
Pela manhã, o time treina no CT do Caju e embarca após o almoço para a cidade de São Paulo, onde ficará concentrada para a partida contra o São Caetano.
O atacante Dagoberto, que poderia retornar ao time amanhã, foi ao Rio de Janeiro realizar uma bateria de exames mais profundados, incluindo aí a arcada dentária, onde um problema pode comprometer o desempenho físico do atleta.
?O Atlético está com medo de jogar?
Julio Tarnowski Jr.
?No futebol qualquer ruído pode virar um barulhão. E problemas acontecem de meia em meia hora. Senão tiver alguém, um diretor presente diariamente no clube, as coisas ficam ainda mais complicadas?. A manifestação e de Valmor Zimermman, que por 30 anos se dedicou ao Atlético, muitas vezes como diretor, outra como presidente do clube em 1984. Se restabelecendo de problemas de saúde, o ex-presidente diz que agora é ?um torcedor e colaborador do clube?.
Para Valmor o que falta no Atlético no momento é ?mais diálogo, mais troca de idéias?. ?Não sou contra o Mário Celso (Petraglia), e muitos dos ex-dirigentes também não. Temos conversado sobre o clube, e a situação da equipe nos preocupa?, analisa Valmor questionando as constantes negociações de jogadores. ?Não formamos uma estrutura de um ano para o outro. Não sei nem dizer se este time é bom, ou ruim. Tenho ido à Baixada, acompanhar as partidas. Parece que os jogadores estão como medo de jogar?, afirma.
Petraglia diz que Atlético não está em crise
O presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, quebrou o silêncio com a imprensa e deu uma entrevista à Rádio Clube ontem. Em meio à crise que envolve o clube, ele falou sobre vários assuntos, mas não fez nenhuma revelação sobre o atual momento do time. Ele garante que Dagoberto está prestes a renovar contrato, que o técnico Givanildo de Oliveira fica no comando da equipe até segunda ordem e que depois de concluir a Baixada ele se despede da vida do Furacão. Confira alguns trechos da entrevista. Imprensa
?Não estou muito motivado para falar com a imprensa, nem com a local, nem com a nacional, por questões pessoais. Temos pouco tempo para nos defender e a imprensa tem todo o tempo do mundo à sua disposição.?
Pacotes
?É uma vergonha o que o Atlético vendeu de pacotes: 2,5 mil. O Figueirense vende 10 mil, o Inter, 30 mil e nós 2,5 mil com o conforto, a comodidade, a segurança que a Arena permite. Não sei se teremos no ano que vem. Para que pôr à disposição um produto, se não compram??
Dagoberto
?Nós estamos conversando, de forma muito avançada, para resolver uma renovação. Existem propostas para o jogador, mas a nossa preocupação é porque ele vem de uma lesão atrás da outra. Se não houver uma renovação, segue a vida dele e outros Dagobertos virão .?
Matthäus
?Erramos quando trouxemos o Lothar porque tínhamos um objetivo, ele veio, teve problemas de família e não deu continuidade no trabalho. Quem vai saber que ele teria esse tipo de problema??
Prateleira & Seleção
?O Brasil, durante os 4 anos de eliminatórias, testou 87 jogadores tendo a tranqüilidade de escolher os melhores. Como é que o Atlético sem dinheiro não vai trazer jogadores para serem testados? É o nosso laboratório, com potencial e que nós só saberemos se serão grandes jogadores se trouxermos.?
Givanildo
?A pergunta que todos nos fazem. O Givanildo ficará até o dia que ficar. Não trabalho com futurologia, não tenho bola de cristal.?