Gionédis quita dívida com Bradesco e tira CT da penhora

?O CT é nosso?. Com essa frase, o presidente Giovani Gionédis resumiu a surpresa que estava para ser anunciada desde domingo. O Coritiba quitou a dívida com o Bradesco e liberou da penhora o CT da Graciosa. É um passo decisivo do saneamento financeiro do clube, que chegou a ser ameaçado de ter seu centro de treinamentos leiloado. Além de ?limpar o nome?, o Coxa zera a sua principal pendência e alivia um peso na consciência dos dirigentes e da torcida.

Gionédis reconhece que o Cori tinha uma mancha na sua história recente. ?Eu lembro do período em que assumi o clube e as outras torcidas faziam gozação com o Coritiba por causa das dívidas e das penhoras?, conta o presidente. Por isso, liberar o CT tornou-se uma questão de honra – assim como anteriormente fora feito com o Couto Pereira, que também correu risco de ser penhorado.

E a venda de Rafinha, que rendeu aos cofres do clube quase R$ 15 milhões, serviu como veículo para a quitação da dívida com o maior banco do País. O problema com o Bradesco teve início em 1998, quando o Coxa conseguiu um empréstimo para comprar o passe do meia-atacante Cléber, que deixara o Mérida (Espanha) e estava acertando com o Atlético. A operação internacional, que fora feita em dólares, explodiu com a crise cambial do ano seguinte, catapultando a pendência até chegar à penhora.

A pendência estava em exatos R$ 10.998.386,36 – boa parte de juros e de atrasos anteriores. O Coritiba chegou com uma proposta de pagamento à vista e o Bradesco aceitou. ?Foi um acerto excelente para todas as partes?, resume Giovani Gionédis. Comenta-se que o clube tenha oferecido cerca de 40% do valor para fechar o negócio.

Com o CT recuperado, a diretoria promete acelerar o processo de transformação do espaço. ?Espero fazer, no meu próximo mandato, deste centro de treinamento um celeiro de atletas?, afirma o presidente. As prioridades são a construção de um hotel para as categorias de base e um quinto campo, que será o estádio dos times inferiores. Além disso, será construído outro hotel-concentração para o time profissional. ?Vamos dar o nome de Recanto dos Pangarés?, brinca Gionédis.

Acertando esta pendência, o Coritiba reduz sensivelmente (em mais de 40%) o total da dívida. ?Ainda temos cerca de dez milhões de reais em dívidas com conselheiros e mais ou menos o mesmo valor em impostos. Mas posso afirmar que, de 2002 para cá, não temos uma dívida sequer?, explica o dirigente, que torce pela rápida aprovação da Timemania – a loteria que servirá para os clubes quitarem seus débitos com a União. Para o presidente, resolver este problema foi emocionante. ?Precisávamos acabar com isso. É um marco para o clube, que se vê livre de uma dívida e acaba com os temores de leilões e novas penhoras?, diz Gionédis. ?Perder o nosso CT seria um escândalo. Era preciso salvar o Coritiba. Por isso, sei que este é um momento chave. Estou orgulhoso e honrado por dar um desfecho positivo a esse drama. Este anúncio é tão importante quanto a vinda de qualquer reforço?, finaliza.

Gionédis diz que quer terminar estádio no próximo mandato

Além do CT da Graciosa, a diretoria do Coritiba tem planos cada vez mais vivos para o Couto Pereira. O estádio deve ter o projeto de conclusão finalizado nos próximos meses, tempo em que também devem se encerrar as obras em andamento. Mas, se no centro de treinamentos o clube vai investir, no Alto da Glória  procura por parceiros da iniciativa privada.

O presidente Giovani Gionédis confirma que um de seus projetos para um novo mandato (o atual termina no início de janeiro de 2006) é a finalização do Couto Pereira. ?Estamos pensando nisso, tanto que estão prosseguindo várias obras no estádio. Mas qualquer coisa que vá ser feita vai ter o apoio de parceiros. Vamos continuar com este método?, diz o dirigente.

Já o departamento de futebol continuará sendo gerido como está. O presidente alviverde não vai investir mais do que arrecada. ?Não adianta nada eu ser o rei por algum tempo e depois ficar na miséria?, filosofa. O pensamento dele é melhorar gradativamente o orçamento, esperando que em 2007 o clube possa se preocupar apenas com o futebol. ?Ainda temos o chamado serviço da dívida, que é o que precisamos pagar mensalmente. São R$ 250 mil por mês, e isto não vai diminuir com o pagamento da pendência do Bradesco?, confessa Gionédis.

Assim, está descartada a contratação de qualquer jogador para a seqüência do Campeonato Brasileiro, mesmo após a lesão de Marquinhos. ?Temos o Élton, que veio do Iraty, e se for preciso a comissão técnica vai buscar na base outros jogadores, como o Rafinha, o Miranda e o Adriano?, afirma o dirigente, citando três atletas formados no clube e negociados esta temporada. ?Mas que nosso torcedor tenha a certeza de que, se formos para a Libertadores, no que eu acredito, vamos montar uma equipe para disputar o título?, garante.

Chegando

Apesar de não anunciar contratações, o atacante Eanes chegará no início da próxima semana. O jogador de 25 anos passou por Maruinense (SE) e pelo Vitória neste ano, e chegou a ser avaliado pelo Atlético, que estava interessado na sua contratação. Como curiosidade, Eanes já atuou pelo homônimo do Coxa, o Coritiba de Sergipe.

Marquinhos tem lesão no menisco e vai pra faca

Reza a antiga máxima que ?notícia ruim vem correndo?. E não deu outra para o meia Marquinhos. Um dia depois do anúncio da gravidade de sua contusão, e que não podia ser diagnosticada por inteiro, o departamento médico do Coritiba confirmou uma lesão de menisco, que o obrigará a ser submetido a uma intervenção cirúrgica nos próximos dias.

A data da operação não foi marcada porque é obrigatório esperar que o joelho direito do jogador desinche. ?Temos que aguardar, pois não podemos fazer nada com o joelho inchado?, explica o médico Walmir Sampaio. Além disso, há a necessidade de informar a operação ao Bayer Leverkusen, dono dos direitos federativos do jogador.

O chefe do departamento médico do Coritiba, Lúcio Ernlund, afirmou que a contusão não tem nenhuma correlação com a que Marquinhos teve quando atuava no Bayer. ?Não há nenhuma relação entre uma e outra?, garantiu o médico. Entretanto, a lesão de menisco obriga o jogador a ser operado – e o armador do Cori ficaria afastado do futebol por trinta dias.

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