Se a meta era ficar com a medalha de prata, a seleção brasileira feminina de ginástica artística decepcionou. Em uma apresentação com diversos erros, a equipe sentiu a falta de sua melhor atleta – Rebeca Andrade, cortada por lesão – e terminou com um frustrante terceiro lugar, atrás de Estados Unidos e Canadá.
As norte-americanas, que já eram apontadas pelas brasileiras como imbatíveis, somaram 173,800 pontos e faturaram o ouro com muita sobra. O Canadá, que não tem uma equipe tão expressiva em nível internacional, acabou com a prata, com 166,500. As brasileiras somaram 165,400.
Se na prata da equipe masculina as apresentações no solo foram apontadas como vilãs do resultado, entre as mulheres o Brasil não conseguiu brilhar em nenhum aparelho. Começou com uma apresentação razoável no solo (só pior que dos EUA), mas teve apenas o terceiro melhor resultado do salto e o quarto das barras assimétricas. Recuperou-se com o segundo lugar na trave.
O time, formado por Lorrane Oliveira, Letícia Saraiva, Letícia Costa, Daniele Hypolito e Julie Kim Sinmon pareceu demonstrar abatimento a cada erro. Mesmo assim, somando as quatro apresentações de cada aparelho (sem descartes), somou 216,150 pontos. No Mundial do ano passado, com direito a um descarte depois de cinco apresentações, o oitavo colocado teve 218,134 pontos. O Brasil precisa exatamente de um oitavo lugar no Mundial de Glasgow para ir com equipe completa à Olimpíada do Rio.
Flávia Saraiva, mesmo com algumas falhas, se destacou. Teve 56,350 pontos na soma dos seus quatro aparelhos e foi a quarta melhor do individual geral, avançando para a final de segunda-feira com chances reais de medalha. Ficou atrás das norte-americanas Amelia Hundley (57,650) e Madison Desch (57,300) e da guatemalteca Ana Gómez Porras (57,220).
Daniele Hypolito também vai fazer final do individual geral, com 54,800 pontos, tendo avançado no oitavo lugar. Lorrane Oliveira ficou em 12.º, também dentro da zona de classificação, mas cada país só pode ter duas atletas na final. Lorrane somou 51,800 pontos.
Acabou pesando contra o Brasil, não só a ausência de Rebeca – que tinha condições de ser a melhor dentre todas as ginastas do individual geral -, mas também a decisão de deixar Jade Barbosa como reserva. Nas barras assimétricas, por exemplo, a nota que ela recebeu no Sul-Americano, há 20 dias, teria feito dela finalista do aparelho, como melhor brasileira. A comissão técnica optou por contar com Julie Kim, que só se apresentou em um aparelho, a trave.
Nos aparelhos, o Brasil vai fazer apenas quatro finais: Daniele Hypolito no salto (em sétimo) e no solo (quinto), Flávia Saraiva na trave (primeiro) e no solo (terceiro) e Julie Kim na trave (sexto). Nas barras assimétricas, Flávia foi a melhor, em 11.º, mas não o suficiente para ir à final.