A toledana Angélica Kvieczynski, 20 anos, conquistou título inédito para o Brasil, com a medalha de bronze no individual nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. A medalha no individual geral foi conquistada no domingo, 15, com o resultado da somatória dos aparelhos arco, bola, fita e maças, totalizando 98.200 pontos.
Além da medalha no seu primeiro dia de disputas, a atleta assegurou a participação nas finais por aparelho, que serão realizadas nesta segunda e terça, 17 e 18, a partir das 19h. Nesta segunda-feira, a primeira final será no aparelho arco, a partir das 19h. Às 19h35min será realizada a final nos aparelho bola. Na terça-feira serão realizadas as finais de maças (19h) e de fita (19h35min), encerrando a participação da atleta na competição.
“Estou muito feliz. Não sei nem o que dizer. Sempre quis conquistar um resultado inédito e grandioso para o Brasil e a hora chegou, depois de um ano muito difícil. Fiquei quatro meses absolutamente parada por conta de lesão. Este resultado foi uma superação”, disse a atleta, que volta ao tablado nesta segunda-feira, disposta a trazer novas medalhas para o Brasil. A seleção brasileira individual, que conta ainda com a ginasta Natália Gáudio, treina sob o comando de Anita Klemann, também técnica da Sadia/Prefeitura de Toledo/Sesi, clube que Angélica pertence.
Em seu último contato na semana passada, antes do início dos jogos, ela disse à irmã, Jéssica, também ex-ginasta, e que ficou torcendo em Toledo, que estava muito segura e bem confiante. Os resultados desta confiança apareceram nas suas apresentações no domingo.
Na primeira rotação, incluindo os aparelhos arco e bola, Angélica empolgou o público e agradou os jurados, especialmente no aparelho arco. Ao som de My Way, de Frank Sinatra, fez uma apresentação excelente, com lançamentos precisos e uma execução perfeita. Foi bastante aplaudida pelo público e obteve uma pontuação de 25.075, a segunda maior nota da primeira parcial, que somada a de bola (24.375) colocou-a na terceira posição entre as principais concorrentes.
O resultado inicial manteve-se ao final da segunda rotação com os aparelhos maças e fita. No aparelho maças, Angélica levou para o tablado um pouco da cultura brasileira, apresentando-se ao som de um samba cantado e utilizando as cores do Brasil na sua vestimenta: verde e amarelo. Obteve 24.700 pontos dos jurados. Por fim, encerrou a competição do dia, com a série de fita, obtendo 24.050, que lhe garantiu uma pontuação geral de 98.200 pontos e a medalha inédita de bronze no individual geral.
Angélica treina em Toledo, cidade onde nasceu, desde os 9 anos de idade. Ela começou a fazer ginástica rítmica nas escolinhas de GR sendo convocada em seguida para integrar a equipe principal da Sadia/Prefeitura de Toledo/Sesi. Pelas suas conquistas, em 2010 recebeu o prêmio de melhor ginasta brasileira pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Aos 20 anos e integrando a seleção brasileira adulto desde 2007, a atleta coleciona títulos. Foi campeã pan-americana juvenil, em 2006, campeã sul-americana, com seis medalhas de ouro (individual geral, por equipe e nos aparelhos bola, corda, arco e fita), em 2010, penta-campeã brasileira e já participou de três mundiais pré-olímpicos, com destaque entre as atletas participantes.
A atleta, que passou por um período de recuperação, depois de uma cirurgia no joelho, no ano passado, seguida de uma trombose, que a deixou quatro meses sem poder treinar, considera a medalha de bronze conquistada como de ouro. Segundo ela, o ano foi de muita superação, dedicação e esforço contínuo, que possibilitaram esta conquista. A atleta participa do Pan pela segunda vez. Em 2007, no Rio de Janeiro, a ginasta, então com 15 anos, era a caçula entre as brasileiras participantes do Pan e classificou-se em sexto lugar no individual geral. Agor,a, mais experiente, ela pretende continuar brigando firme por novas medalhas.