O técnico Gílson Nunes, do Atlético, chegou ontem no CT do Caju e espera dar sequência ao trabalho deixado pelos antecessores Geninho e Valdyr Espinosa.
Carioca de 56 anos, Gílson Siqueira Nunes começou no futebol como ponta-esquerda de Bonsucesso, Fluminense, Vasco e América. Após parar de jogar, se graduou em Educação Física e começou a carreira de técnico em 1979, no Vasco. Passou pelas categorias de base da seleção brasileira, Botafogo, Bahia, Náutico, Sport e Juventude, entre outros. Seu último trabalho foi o de auxiliar-técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo deste ano. Em sua apresentação no novo clube, Nunes falou com O Estado.
O Estado – Qual a sua expectativa de trabalho no Atlético?
Gílson Nunes – A mais positiva possível. Estou tendo a felicidade e a honra de vir trabalhar num grande clube e espero que na seqüência do trabalho dar continuidade ao que já existia do Geninho e do Espinosa.
O Estado – O Espinosa caiu por pressão da torcida. Como é que você pretende encarar essa cobrança?
Gílson Nunes – Com o máximo de respeito. Entendo que o torcedor tem sempre o direito de se pronunciar. Espero que eles sejam bastante coerentes porque eu vim para trabalhar junto com todos e através desse trabalho conjunto fazer com que eles sejam felizes.
O Estado – Como foi o primeiro contato com os jogadores do Atlético?
Gílson Nunes – Eu gostei. Temos aqui um grande grupo de trabalho com grandes homens e que nós vamos ter a oportunidade de trabalhar e ter um relacionamento de muita felicidade.
O Estado – Você assume o time num momento que tem vários desfalques para a partida contra o Goiás. Complica o seu início de trabalho?
Gílson Nunes – É verdade. É um desafio que não é só meu. É um desafio do Campeonato Brasileiro, porque são muito jogos e muita competitividade. Mas, o grupo de trabalho é de qualidade. Nós vamos esperar para conversar com o Vinícius Eutrópio (auxiliar-técnico) para saber quem a gente pode aproveitar no início do jogo. Nós temos que conviver com isso e na expectativa positiva de quem jogar possa fazê-lo com muita presteza.
Vital já está pronto para voltar
O meia Reginaldo Vital, do Atlético, é um dos principais reforços que o técnico Gílson Nunes terá para a partida de sábado contra o Goiás. Afastado do elenco desde o final do supercampeonato paranaense para retirar vários pinos do tornozelo direito, o jogador se recuperou fisicamente, mas não foi aproveitado pelo ex-treinador Valdyr Espinosa. Agora, ele só aguarda uma nova oportunidade para se firmar entre os titulares.
Chance essa que já pode pintar com o novo comando do time. “Já estava à disposição na presença do Espinosa (Valdyr, ex-treinador) e não sei porque não estava sendo convocado. Agora é vida nova e esperar uma nova chance de mostrar o meu futebol novamente”, aponta Vital. O jogador não confirmou a explicação do ex-treinador que estaria fisicamente abaixo do restante do grupo. “Eu devo até estar um pouco pelos jogos. Eu ainda não tive oportunidade de jogar no Campeonato Brasileiro e é difícil porque os outros já jogaram mais da metade da competição. Para chegar no nível deles agora tem que jogar e é o que eu estou esperando.”
Sem Kléberson, que cumprirá suspensão automática, o time abre uma vaga no meio e Vital é um dos postulantes a suprir a ausência do pentacampeão. “Eu estou treinando forte para isso e se ele precisar de mim estarei à disposição para ajudar a equipe do Atlético.” O meia foi contratado no início do ano e atuou poucas vezes devido a contusões. Com contrato até o fim do ano, Reginaldo Vital espera agora recuperar o tempo perdido e repetir no clube o mesmo que já fez em outras equipes.(RS)
Douglas, outro fora da equipe
O volante Douglas Silva, do Atlético, ficará de fora das duas próximas partidas da equipe. Ontem, ele foi punido pelo STJD com três jogos de suspensão devido à agressão ao lateral-esquerdo Fabinho, do Paraná Clube, no clássico do dia 19 do mês passado. Como já cumpriu uma partida, ele não atuará diante do Goiás e da Ponte Preta e aumenta ainda mais as dificuldades do novo técnico Gílson Nunes.
Sem Douglas Silva, os desfalques sobem para quatro. O lateral-esquerdo Fabiano, o meia Kléberson e o atacante Dagoberto estão suspensos pelo terceiro cartão amarelo e também não viajam para Goiânia. Se não bastasse isso, o volante Cocito está no departamento médico se recuperando de uma pisada no pé direito.
Por outro lado, Nunes poderá contar com as voltas do goleiro Flávio, do zagueiro Gustavo, do volante Vital e do atacante Ilan, que não vinha atuando. Hoje, efetivamente, o treinador começa a trabalhar e a moldar a equipe para sua estréia no Rubro-Negro. Cheio de problemas, ele não quis antecipar quando o time terá a sua cara. “Eu não posso falar de quantos dias eles irão assimilar a nossa proposta. Espero que o mais breve possível os jogadores já possam desempenhar aquilo que a gente passar para eles”, analisou.