Gilson Kleina assegura que não pensa no assunto. A diretoria trata o tema com muita reserva. Mas, um tropeço no jogo de amanhã – às 20h30, no Pinheirão -, frente ao Internacional, pode provocar nova mudança no comando técnico. O Paraná Clube, em onze jogos sob o comando de Kleina, somou somente 7 pontos, com um aproveitamento de 21,21%. Muito abaixo dos 39,39% de Paulo Campos, que mesmo assim não conseguiu sustentar-se no cargo. Para mudar o rumo dessa história, o treinador vai processar algumas alterações, mas sem mexer na nova estrutura da equipe.
Os dirigentes, que passaram o dia de ontem reunidos, mantêm uma política de apoio à comissão técnica. Uma estratégia contrária à da maioria dos clubes do futebol brasileiro. No discurso, comentam que não querem incorrer nos mesmos erros do passado, pois em 2003, promoveu quatro mudanças no comando da equipe, que começou com Cuca e depois passou por Adilson Batista, Saulo de Freitas, Edu Marangon e retornou às mão de Saulo. Desta vez, a proposta era a montagem de um grupo equilibrado a partir da parceria e que eventualmente receberia reforços, dependendo das carências.
Só que o Paraná chega à última rodada do primeiro turno na penúltima colocação e com perspectivas pouco animadoras para o returno. Após 22 jogos, não se obteve uma equipe-base e o elenco está carente de qualidade. O clube “voltou às compras” e o presidente José Carlos de Miranda deu aval para a contratação de quatro jogadores. O problema, porém, não é tão simples. Sem dinheiro em caixa, o Tricolor esbarra na escassez do mercado e em sua própria situação. “Se antes um jogador pedia 20, hoje ele quer 40, pois vê que estamos muito mal na tabela”, confirmou o vice de futebol José Domingos.
Sem novos jogadores e precisando “criar um fato novo” para a seqüência do Brasileirão, não seria surpresa se o Tricolor voltasse ao ponto comum dos clubes em crise. Até aqui, dezoito treinadores já foram demitidos na competição. “Isso faz parte da nossa profissão. Não fico pensando nisso e sim no que preciso fazer para o próximo jogo”, confirmou Gilson. O treinador já colocou o cargo à disposição após a derrota em Goiânia, mas o pedido foi prontamente recusado. Depois, disso, mesmo com o apoio recebido dos jogadores, os resultados não mudaram: derrotas para Criciúma e Fluminense.
Edinho e Sinval enfrentam o Inter
Edinho e Sinval devem ser as novidades do Paraná Clube para encarar o Internacional. Gilson Kleina já confirmou que não pretende mexer na estrutura tática do time. O técnico creditou a “erros infantis” a derrota para o Fluminense e o time continuará com apenas um centroavante. Só que o atacante Galvão, desta vez, ficará no banco de reservas. O mesmo vale para o lateral-esquerdo Vicente.
“Com três meias na criação, o time foi muito mais ágil. Pecamos na finalização, é verdade, e espero que isso não se repita”, comentou Kleina. O treinador não contará com Beto, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, mas terá a volta do zagueiro Fernando Lombardi. Na cabeça-de-área, Kleina pretendia escalar Gilmar, mas o jogador teve que viajar ontem a São Paulo, pois seu pai teve um enfarto e está hospitalizado.
Assim, Goiano deve ser o companheiro de Axel na proteção à zaga. Na defesa, o técnico espera o treino desta tarde para escalar João Paulo ou Nelinho ao lado de Lombardi. “Os dois foram bem no Rio. Vou esperar mais um pouco para definir essa posição”, explicou. O Paraná terá, assim, a seguinte formação: Flávio; Cláudio, Fernando Lombardi, Nelinho (João Paulo) e Edinho; Axel, Goiano (Gilmar), Fernando e Cristian; Canindé e Sinval.