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Sílvio Ávila/CBV
Giba é um dos integrantes do "triângulo mágico" da seleção.

Rio (AE) – No dia 17 de novembro, a seleção masculina de vôlei inicia a caminhada rumo ao bicampeonato mundial no Japão e, em quadra, mais uma vez estará o atacante Giba, que nos últimos anos se tornou um dos pilares da liderança formada pelo triângulo mágico, com o meio-de-rede Gustavo e o levantador Ricardinho.

Apesar dos muitos títulos conquistados, o jogador assegurou que, aos 29 anos, o ?tesão? em atuar permanece o mesmo de quando tinha 16 anos. Mas já avisou: ?no dia em que o Samuel descobrir o potencial dele, pego meu boné e vou embora?.

A derrota do Brasil para Bulgária e França durante a fase final da Liga Mundial e a sofrida vitória sobre os franceses na conquista do título da competição fizeram Giba refletir sobre a necessidade de o desempenho da seleção ser capaz de surpreender os adversários a cada partida.

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O discurso vem ao encontro do sentimento do técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, principalmente, ao ressaltar a coletividade da seleção, que será posta à prova novamente durante o campeonato japonês.

?Isso vale para o vôlei, basquete, futebol… Se você está no topo e cai na mesmice, todo mundo te atropela. Agora, a nossa coletividade nunca vi em lugar nenhum?, disse Giba. ?É impressionante ver a vontade dos nossos jogadores a cada partida. Vencem e sabem que não são nada. Acabam como os melhores e sabem que não ganharam nada.?

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Até pela consciência coletiva da equipe, Giba foi capaz de montar um currículo como poucos atletas na história do vôlei. Afinal, conquistou uma medalha olímpica (2004), um título mundial (2002), uma Copa do Mundo (2003), além do pentacampeonato da Liga Mundial (2001, 2003, 2004, 2005 e 2006).

Uma hegemonia particular e coletiva que para o jogador tem todos os requisitos necessários para perdurar durante esta década. E a certeza vem da constante renovação do vôlei brasileiro. O surgimento cada vez maior de novos atletas com potencial para atuar pela seleção e ameaçar até mesmo o lugar dos ?veteranos? no time titular.

A menos de dois meses de completar 30 anos, Giba fala com naturalidade sobre a possibilidade de parar, mas, por enquanto, o assunto só é alvo de brincadeiras. Até porque foi o próprio atacante quem revelou se sentir como um jovem de 16 anos e, por isso, a aposentadoria está longe de ocorrer.

?Tô ficando velho e aprendendo mais rápido. A experiência conta bastante. É o que falo para esses moleques: se tivesse a idade deles, com a cabeça de hoje, a coisa seria diferente?, filosofou.

Em seguida, o atacante fez uma lista das coisas que deixou de fazer ou nas mudanças de comportamento. ?Terminou o treino, fica quieto fazendo gelo e não sai correndo. Antes de jogo importante se dormia às 2 horas da manhã, agora, controlando a ansiedade, dá para dormir meia-noite e meia. Após a partida, se tomava duas cervejas, agora é só meio copo. Afinal, jogador é ser humano e precisa relaxar.?

Um sucessor? Giba não gosta de apontar, mas brincou com o ponta Samuel, de 22 anos, do Minas Tênis. O novato participou da última conquista da seleção – o hexacampeonato em 2006 – e agora disputa com Murilo e Roberto Minuzzi duas vagas no grupo que estará no Japão lutando pelo bicampeonato da competição. ?O Samuel é grande revelação. E o avisei que no dia em que ele descobrir o seu potencial, pego meu boné e vou embora?, afirmou, aos risos.