O título mundial da londrinense Natália Falavigna mostra que o tae kwon do é um esporte de destaque no Paraná. Ela é apenas um exemplo do sucesso da arte marcial no Estado.
Outro bom exemplo, porém que não pode contar com o apoio da família e que sofre, assim como Falavigna com a falta de patrocínio, é o máster Paulo Germano de Souza, um agente de empresa de segurança (trabalhou no Grupo Paulo Pimentel por cinco anos, numa prestadora de serviço), que acaba de se sagrar campeão internacional da categoria 58kg a 64kg, do World Open – 13.º campeonato internacional de tae kwon do, realizado no Rio de Janeiro, no último fim de semana.
Paulo só pode competir por ter sua viagem, estadia e alimentação paga pela Kapazi. ?Se não fosse pela Kapazi, não teria ido ao Rio de Janeiro, participado de uma competição tão importante e conquistado um dos maiores títulos de minha vida?, conta orgulhoso e agradecido Paulo que, no entanto, ainda depende de um patrocinador para seguir competindo e treinando.
?Com cerca de R$ 400,00 por mês poderia fazer o treinamento e bancar algumas competições?, conta Germano, que é casado há um ano, e com o salário recebido como vigilante não consegue conciliar trabalho e atividade esportiva.
Germano conta que iniciou no tae kwon do por ser fã de Bruce Lee. ?Encontrei no tae kwon do os movimentos e ações que mais se aproximavam da arte marcial praticada pelo Bruce Lee?, rememora Germano, faixa preta 1.º dan.
Há 19 anos, quando começou no esporte, Paulo morava em Umuarama. Ele está há nove em Curitiba, e nunca parou de praticar. Ao longo do tempo, vem acumulando conquistas e entre as mais importantes estão o Open de Santa Catarina, disputado em fevereiro último, foi bronze no Open Cidade Maravilhosa (no Rio), em março passado, além de outros títulos e boas colocações em competições disputadas em anos anteriores. O próximo desafio de Paulo Germano será o campeonato paranaense, marcado para os dias 14 e 15 de maio, que tanto pode ser disputado em Curitiba como em Cornélio Procópio – a federação estadual ainda não definiu o local da competição. Mas para participar, caso a competição seja no interior, Paulo precisa de apoio financeiro. É a dura realidade de quem se dedica ao esporte no Brasil.