Geração de craques se despede da seleção após fiasco

Frankfurt – A derrota por 1 a 0 para a França, no sábado, em Frankfurt, representou mais do que a eliminação do Brasil nas quartas-de-final da Copa da Alemanha. É o fim de uma geração de jogadores que defendeu a seleção nos últimos anos e não estará no grupo que vai disputar o próximo Mundial, em 2010, na África do Sul.

O caso mais emblemático é o do capitão Cafu. Aos 36 anos, o lateral-direito disputou a quarta Copa de sua carreira e bateu alguns recordes pessoais com a camisa do Brasil. Apesar de ele ter dito depois do jogo com a França que continua "à disposição da seleção", sua saída do grupo é certa.

Outro veterano que deixa o grupo depois da Copa de 2006 é Roberto Carlos. Seu primeiro Mundial com a camisa da seleção foi em 98. Desde então, foi o dono da lateral esquerda. Mas, aos 33 anos, vê o fim do seu ciclo.

Ronaldo, mesmo aos 29 anos, também não deve disputar mais um Mundial – seria o quinto de sua carreira. Apesar de o técnico Carlos Alberto Parreira ter dito que o maior artilheiro da história das Copas (15 gols) ainda tem futebol e idade para jogar em 2010, ele não aparenta ter a motivação para encarar mais esse desafio.

O goleiro Dida é outro símbolo dessa geração que dificilmente chega ao Mundial de 2010. Titular pela primeira vez, foi um dos destaques do time na Alemanha, mas está com 32 anos e deve dar lugar a um jovem.

Jogadores como o goleiro Rogério Ceni, os zagueiros Lúcio e Cris, o lateral Gilberto, os meias Ricardinho e Juninho Pernambucano e os volantes Zé Roberto, Mineiro, Gilberto Silva e Emerson provavelmente não terão a chance de disputar outra Copa, principalmente pela idade.

Apesar de não ter confirmado seu futuro, o próprio Parreira deve deixar o cargo – pensa em seguir carreira em outra área do futebol, como coordenador por exemplo.

Futuro

Alguns desses jogadores podem até continuar na seleção nesse período de transição, mas haverá uma renovação natural no grupo. Kaká e Ronaldinho Gaúcho ainda têm idade e disposição para comandarem a seleção em mais uma Copa. Junto com eles aparecem jogadores que já ganharam uma chance de Parreira em 2006. Esse é o caso de Júlio César, Juan, Luisão, Robinho, Fred, Cicinho e Adriano, que podem formar a base do novo time brasileiro.

Apesar da derrota para a França no sábado, a geração que deixa a seleção brasileira agora tem um balanço positivo. Alguns começaram como coadjuvantes no título de 94, passaram pelo vice em 98 e foram campeões mundiais com todos os méritos em 2002.

Gaúcho foi a decepção da Copa

Várias teorias malucas foram criadas para justificar o fracasso de Ronaldinho Gaúcho na Copa. Ninguém entendeu como o craque pôde ter jogado tão mal, mas quem viu a preparação do Brasil poderia desconfiar de algo errado. O jogador, que já caíra de produção no Barcelona, não arriscava jogadas, não chutava a gol, não driblava. Essa timidez o transformou na grande decepção doMundial. "Foi bem diferente do que a gente esperava e imaginava", lamentou o jogador, ontem.

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