Neste ano, o Atlético abusou na troca do comando técnico. Em nove meses, nada menos do que seis treinadores trabalharam no Furacão. Até agora, mesmo tendo saído no começo de abril, Geninho é o que teve o melhor aproveitamento (83%), com oito vitórias, um empate e uma derrota apenas.

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Por este motivo, a Paraná Online entrou em contato com o técnico, para que ele analisasse porque a equipe segue ladeira abaixo e não consegue demonstrar uma recuperação nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Confira o que o treinador campeão brasileiro em 2001, e que salvou o clube do rebaixamento em 2008, fala do atual momento do Furacão:

Paraná Online – Você está acompanhando o atual momento do Atlético?

Geninho – Eu acompanho o futebol de uma maneira geral, tanto a Série A quanto a Série B. Então a gente sempre sabe um pouco de cada time, mas não fico acompanhando especificamente um time ou outro.

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Paraná Online – Mas acredita que o time tem condições de reverter esta situação complicada?

Geninho – Acho que tem sim. A situação é complicada e não é fácil passar por isto. Naquele ano (2008) teve muito trabalho, o grupo tinha alguns problemas, mas respondeu bem. Não é fácil e todo mundo tem que se unir. Acredito que o Atlético está em boas mãos. O Lopes é um cara experiente, o Paulo Baier também. Então dá pra se recuperar ainda.

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Paraná Online – Se você tivesse ficado, o Atlético poderia estar melhor colocado?

Geninho – No futebol é difícil falar. O time vinha melhorando, mas não posso garantir que iria se manter assim. A expectativa é que melhorasse mais, mas é complicado tentar prever alguma coisa assim.

Paraná Online – Mesmo assim, a sua confiança é grande. Porque o Atlético caiu tanto de rendimento após sua saída e não conseguiu dar a volta por cima?

Geninho – Eu cheguei e peguei o grupo em uma situação complicada, com cobrança no elenco e sem dinheiro, que depois apareceu. Usamos alguns garotos e o time vinha se acertando aos poucos. O que a gente pregava era que o Paranaense seria um laboratório para o Brasileiro, mas aí com mais dinheiro. Mas de fora é difícil dar opinião, porque vendo assim pareceu que a diretoria tentou se reforçar, buscou o melhor, mas as coisas não caminharam da maneira esperada.

Paraná Online – O fato de ser o técnico com melhor aproveitamento no ano consola um pouco a saída?

Geninho – Não levo por esse caminho. Os números ficaram, mas eu gostaria que quem viesse fizesse um bom trabalho. Tenho um carinho muito grande pelo clube e isso não vai mudar nunca. Eu procurei fazer o meu melhor quando estive no Atlético.

Paraná Online – Você sempre fala com muito carinho do Furacão, mas na sua saída disse que não trabalharia mais no clube. Aquilo foi no momento de tristeza ou você realmente fechou as portas para o Atlético?

Geninho – Não, não volto. Aquilo que eu falei naquela ocasião continua valendo.

Paraná Online – Aliás, Geninho, qual foi o motivo para a sua saída, mesmo com aquele bom aproveitamento?

Geninho – Quem tem que responder isso é o presidente. Eu não tinha nenhum problema, nada. Tinha um ótimo relacionamento com o grupo, tanto que os jogadores foram pegos de surpresa e vieram muitos falar comigo quando souberam que ia sair. O meu relacionamento lá era o melhor possível, os números eram os melhores possíveis. E até hoje não foi explicado nem para mim a minha saída. Foi uma decisão do presidente e ele q,ue tem que explicar. Depois que eu saí, nunca mais nos falamos.

Paraná Online – Mas mesmo com essa saída tumultuada, você torce pelo melhor para o Atlético…

Geninho – Vamos torcer para que deem a volta por cima e que se recuperem. Seria muito ruim para o Atlético um rebaixamento
e também para o futebol brasileiro, que perderia um clube com essa grandeza e estrutura na elite. Além disso, era pra ser um ano de festa, dez anos do título brasileiro, e vamos torcer para que tenha essa festa ainda. Assim como foi em 2008. Naquele jogo contra o Flamengo, parecia que havíamos ganhado o Brasileiro.

Paraná Online – E o seu futuro? Tem alguma coisa encaminhada, conversa com algum clube?

Geninho – Tive algumas coisas, mas preferi dar uma descansada no momento. Até porque, o meu ano não foi fácil. Mas existe uma chance fora do Brasil, vamos ver. Se não der certo, vou ficar sem nada até o final do ano, pois faltam só dois meses e ninguém vai trocar de técnico agora. Mas eu não penso em parar. Estou dando um tempo e ano que vem vou retomar o meu trabalho.