Garotos do Paraná serão mais ousados

Acreditando que a ansiedade do primeiro jogo não se repetirá em Londrina, o técnico Fernando Tonet quer um Paraná Clube mais insinuante na partida do próximo domingo, às 16h, no Estádio do Café, frente ao Londrina. Ainda estuda a possibilidade de mexer na estrutura do time – não escondendo que a postura mais agressiva do segundo tempo lhe agradou – e até trocar algumas peças. A meta do comandante é ?passar o bastão? para Saulo de Freitas com quatro pontos acumulados.

Na terceira rodada, frente ao Toledo, o Tricolor já contará com seu grupo principal. ?Houve mais pontos positivos do que deslizes. Mas podemos melhorar?, analisou Tonet, que ontem analisou a partida em números. ?O escalte só comprovou as observações pontuais. Perdemos muito a primeira e a segunda bolas.

O Iguaçu teve um rendimento muito superior nesse fundamento e por isso tivemos dificuldades?, ponderou o auxiliar-técnico paranista.

Muitos desses erros ficam na conta da visível ansiedade dos meninos, quase todos debutando na equipe principal. Até mesmo o zagueiro e capitão Ricardo Ehle – o mais velho do grupo, com 23 anos – titubeou em algumas jogadas, talvez por conta de sua estréia com a camisa tricolor. ?Não dá para negar. O grupo sentiu e só foi se encontrando no decorrer da partida?, disse Ricardo. Fernando Tonet admite que em alguns momentos chegou a temer pelo resultado da partida. ?O time estava tenso e ainda saiu perdendo. Felizmente conseguimos reverter o quadro no segundo tempo.?

Para o comandante do ?expressinho?, a mudança de atitude da equipe na fase complementar do jogo está diretamente ligada à entrada de Rodrigo Pimpão no meio-de-campo. Até mais do que às orientações que ele e Saulo de Freitas passaram aos atletas no intervalo. ?O time voltou mais bem posicionado e conseguiu impor seu ritmo com dois meias, um armador e o outro mais ofensivo?, analisou Tonet. A partir dessa avaliação, é provável que o Paraná Clube, frente ao Londrina, passe a jogar dessa forma, num 4-4-2, mas com dois meias e dois atacantes.

?É uma possibilidade?, disse Tonet, que vai esperar os treinos de hoje e amanhã antes de definir a equipe. Além da possível mudança no meio-de-campo, o treinador não descarta trocas no setor ofensivo. Na sua avaliação, Léo Neves e Rafael estiveram bem na etapa inicial, mas depois caíram de produção, quando foram substituídos por Robson e Hamilton. ?Só não abro mão de escalar dois atacantes. Mesmo fora, temos que nos impor e explorar os espaços que o Londrina deverá deixar na sua defesa?, finalizou Fernando Tonet, que hoje à tarde comanda um treino tático na Vila Capanema.

Jovens podem preencher lateral esquerda

Foto: Valquir Aureliano

FernandoTonet atribuiu erros na estréia à ansiedade dos meninos da Vila.

A diretoria tricolor segue à procura de um lateral-esquerdo. O vice de futebol Durval Lara Ribeiro, no entanto, praticamente descartou a possibilidade de ?repatriar? Fabinho, que no ano passado disputou a Série B pelo Coritiba. O jogador, formado nas categorias de base do Paraná, esteve na Vila Capanema na última quarta-feira, acompanhando o jogo entre Paraná Clube e Iguaçu.

?Temos alguns nomes em pauta, mas de outros estados?, despistou o dirigente, que pode fechar a transação ainda neste fim de semana. Hoje, o Tricolor conta apenas com o garoto Wellington, 18 anos, para o setor. A outra opção seria Anderson (19), que teve atuação elogiada pela comissão técnica frente ao Iguaçu. ?Estamos tentando um jogador com maior experiência. Se for para trazer por trazer, melhor apostar nos garotos da base?, lembrou Vavá Ribeiro. Desde a saída de Eltinho, no fim de 2006, o Paraná convive com dificuldades neste setor.

Egídio, Márcio Careca, Paulo Rodrigues e Elvis passaram pela equipe, mas não emplacaram. Vale lembrar que o Paraná utilizou na mais importante competição de sua história – a Libertadores da América – um lateral de apenas 19 anos: Egídio, que fora emprestado pelo Flamengo. A comissão técnica, no entanto, não descarta a possibilidade de disputar ao menos o Paranaense sem um ala-esquerdo de maior ?rodagem?.

Paraná e Rabello brigam por grana

Redação Tribuna e agências

O Paraná Clube ainda não viu a cor dos R$ 2,3 milhões pagos pelos representantes de Thiago Neves, referentes à multa rescisória que possibilitou sua liberação para o Fluminense. O dinheiro, depositado em juízo na última segunda-feira, é alvo de uma nova batalha judicial.

Segundo o departamento jurídico do tricolor paranaense, o clube continuará brigando na Justiça para recuperar os direitos econômicos do meia. Os direitos federativos já foram cedidos ao Fluminense.

O que impede o repasse do dinheiro é uma ação cível da empresa Systema, do empresário Léo Rabello, que possui parte dos direitos econômicos de Thiago Neves. A empresa pede a penhora de uma fatia dos R$ 2,3 milhões, proporcional aos 68% que detém dos direitos do atleta.

Por outro lado, o Paraná também questiona na Justiça a cessão dos direitos do jogador para Léo Rabello, que ocorreu quando José Carlos de Miranda era o presidente do clube. A decisão de Miranda causou polêmica e desencadeou um escândalo que culminou com o afastamento do dirigente, em outubro do ano passado.

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