A fama de garoto problema sempre acompanhou o meia Rodriguinho no Atlético. Apontado como grande revelação do clube no início da década, ele teve bons momentos com a camisa rubro-negra. Mas ficou marcado pelas confusões fora de campo e não conseguiu se firmar como titular do Furacão.
Agora, aos 26 anos, Rodriguinho quer deixar para trás os problemas que o levaram a ser afastado por três vezes do time. Depois de rodar o País, emprestado a quase uma dezena de clubes, ele está de volta ao CT do Caju. Por enquanto, no time B. Mas se depender da motivação que mostrou em entrevista à Tribuna, logo a torcida irá vê-lo em ação novamente na Baixada. Pronto para dar a volta por cima.
Paraná-Online – Você surgiu no Atlético como uma grande promessa. Por que não conseguiu uma seqüência?
Rodriguinho – Foram vários fatores. Tive as oportunidades, fiz vários jogos e conquistei títulos. Mas minhas atitudes não eram corretas. No futebol, não existem insubstituíveis. Eu tinha chances e às vezes não aproveitava. Foram 11 anos de Atlético até minha saída. Depois fui para Portuguesa, Botafogo, Sport, Bahia, Avaí… Amadureci bastante. Sei que ficou isso. Não dá para voltar atrás. Mas hoje, com a cabeça que estou, com certeza não sairei mais do Atlético.
Paraná-Online – Em que momento você percebeu que tinha que mudar suas atitudes?
Rodriguinho – Isso vem com o tempo. Você vê as oportunidades passando à sua frente… A minha geração é a de Jadson, Dagoberto, Fernandinho… Jogadores que hoje são realidades. Fiquei um pouco para trás. Mas sei que posso dar a volta por cima. E vou dar com essa nova oportunidade.
Paraná-Online – Como você foi recebido nesse retorno?
Rodriguinho – O clube, seus funcionários, sempre foram uma segunda família. Foi uma volta bastante emocionante. Não tenho nem palavras para dizer a motivação de estar voltando ao Atlético. É o clube de onde nunca deveria ter saído…
Paraná-Online – A concorrência no meio-campo é grande. Espera ter uma chance em breve?
Rodriguinho – Um fator que me atrapalhava era a falta de paciência. Fazia um jogo bom e achava já que era o dono da 10, tinha que ser titular absoluto. Hoje, tenho mais experiência, respeito todas as pessoas e sei aguardar o meu momento. Estou me preparando bastante para, quando a oportunidade chegar, estar preparado e não sair mais.
Paraná-Online – Mesmo sem se firmar como titular, você teve bons momentos do Atlético…
Rodriguinho – Tenho minha historia aqui. Conquistei títulos, fiz jogos importantes. Marquei quatro gols no Brasileiro de 2001, disputei a Libertadores. Tenho 99 jogos pelo clube. Não é à toa que voltei. Quando fizer a 100.ª partida, terá um sabor especial. Não vejo a hora de vestir de novo essa camisa. Não tenho vergonha de dizer que cheguei ao fundo do posso, mas voltei. Vou valorizar cada momento.
Paraná-Online – Mas a torcida lembra os problemas pelos quais você passou e tem uma certa desconfiança. O que você diz aos torcedores?
Rodriguinho – Em campo, todos sabem que nunca faltou dedicação, força, vontade… Dei sempre meu máximo no Atlético. Sei que as imagens ruins ficam e a desconfiança sempre vem. Mas hoje estou tranqüilo e peço que eles tenham paciência comigo. Do jeito que estou, posso dar a volta por cima e resgatar a confiança da torcida.
Paraná-Online – O que falta para o Atlético engrenar neste Brasileirão?
Rodriguinho – A equipe é forte. Falta apenas algum encaixe. Falta fazer os gols, porque cria bastante. Tem jogadores rápidos, que se movimentam bem. A defesa é compacta. Acho que o que falta é sorte. E eu no meio, para dar um toque refinado (risos).