Kauã Ribeiro de Sá, um mirrado e inibido garotinho que mora no Morro dos Prazeres, no bairro de Santa Tereza, no Rio, recebeu nesta quinta-feira o maior presente de seus 10 anos de vida. E também deu o seu maior presente. Ele trocou camisas com Neymar após o treino da seleção brasileira realizado pela manhã. Junto com outras 29 crianças e adolescentes, ele encarou o sol frio de Teresópolis para ver o ídolo de perto e acabou recompensado.
“Eu não tinha caneta para ele dar autógrafo na minha camisa e acabamos trocando”, disse Kauã, com olhar tímido, mas orgulhoso e parecendo assustado com a notoriedade. “Sou o fã número um dele”, completou, com voz baixa e sem sorrir, mesmo se definindo como “bastante feliz”. A camisa que ele ganhou foi a usada por Neymar no treino.
Kauã fez parte de um grupo de três dezenas de menores carentes de três comunidades – além do Morro dos Prazeres, havia representantes do Complexo do Alemão e de uma favela de São Gonçalo, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro -, levados pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) à Granja Comary para convidar os jogadores da seleção brasileira a participarem da campanha “Podemos ser Ainda Melhores”, que visa a garantir direito de praticar esporte a todos os meninos e meninas do País.
“Estamos lançando a campanha nesta quinta-feira e a CBF concordou em nos apoiar. Só uma em cada três escolas públicas brasileiras têm quadra de esportes. É preciso investir nessa área”, disse a chefe de comunicação do Unicef, Edith Asibey, uma das coordenadoras de ida do grupo a Teresópolis.
O grupo, que inclui algumas crianças com necessidades especiais – “também precisamos garantir o acesso delas ao esporte”, defende Edith -, teve contato com a maioria dos jogadores ao final do treino. Eles foram levados até o alambrado pelo auxiliar técnico Flávio Murtosa, quando se preparavam para ir ao vestiário depois do treino. Os atletas ficaram cerca de 20 minutos conversando com os garotos e dando autógrafos.
Um dos meninos ganhou uma bola, dada por Daniel Alves. Outro foi presenteado com a camisa de treino de David Luiz. Mas Kauã era o mais feliz do grupo. “Já era fã do Neymar e depois de ele me dar sua camisa, vou torcer ainda mais por ele”, garantiu.
