Paulo Henrique Ganso está em contagem regressiva. Seu desejo é que o tempo passe rápido até 20 de junho. É nessa data que o Santos disputará a segunda partida da semifinal da Libertadores contra o Corinthians. E o que meia planeja mais um retorno aos campos de futebol.
O camisa 10 do time da Vila Belmiro está de novo no departamento médico. Há nove dias, ele passou por uma artroscopia no joelho direito retirar resíduos de outras intervenções no mesmo local. Mas nem é a mais recente cirurgia, considerada pelo próprio jogador como “tranquila”, que o preocupa. O que mais incomoda Ganso é a frequência com que precisa deixar o futebol de lado para cuidar do seu corpo.
Já são quatro lesões sérias desde que se profissionalizou. A mais grave delas, a ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, o deixou fora das partidas por praticamente 200 dias. Aos 22 anos, o jogador acredita que as seguidas contusões já lhe causaram prejuízo e que têm travado, ou pelo menos desacelerado, o crescimento de sua carreira. “Isso atrapalha qualquer jogador. É difícil não ter uma sequência de jogos, ter que parar sempre. Retornar de contusão é muito complicado”, afirmou o santista antes de dar o início à final da Copa Ouro Brasil de polo, em Indaiatuba (a 98 km de São Paulo).
Dois anos atrás, foi Ganso, e não Neymar, o protagonista do primeiro título do tricampeonato do Santos no Paulista. Ao contrário do hoje maior astro do time, totalmente excluído por Dunga, ele entrou em uma lista de reservas para a Copa de 2010. O posto de camisa 10 e principal articulador da seleção, uma certeza quando Mano Menezes assumiu a equipe, agora está sob ameaça. Ganso ganhou a sombra de Oscar tanto na seleção principal quanto no time sub-23 que irá aos Jogos Olímpicos de Londres, no próximo mês.
O jogador do Inter utilizou o corte do titular para se tornar destaque do giro de amistosos de fim da temporada europeia do Brasil. Amanhã, contra o México, iniciará sua terceira partida consecutiva. “Ele foi muito bem nos dois últimos jogos. O Oscar está aproveitando bem a chance dele. Quando eu tiver minha chance, quero aproveitar também”, disse o meia, que, até em tom de defesa da posição, se propõe a dividir a criação com o companheiro.
“Quem sabe a gente não possa juntar as duas qualidades. Quando você tem muita qualidade, sempre dá para encaixar. Eu jogo um pouco mais centralizado que ele.”
