São Paulo – Certas peculiaridades da cultura futebolística brasileira parecem eternas. E, sem dúvida, a ‘dança’ de treinadores é uma das que melhor representam essa realidade. Entra ano, sai ano, o vaivém de técnicos é intenso. Só neste Campeonato Brasileiro, a média de trocas supera uma por rodada. Nas sete disputadas até aqui, registrou-se 10 mudanças de comando, o que representa média de 1,4.
Hoje, além de Flávio Murtosa, que deixou o Palmeias, Robertinho foi substituído no Fluminense. Em seu lugar foi chamado o ex-jogador Renato Gaúcho. O time carioca passa por um momento delicado. Depois de brigar nos bastidores com seus dois maiores rivais, Flamengo e Vasco, pela contratação do atacante Romário, a equipe provocou expectativa grande entre dirigentes e torcedores em relação ao desempenho no Nacional. Porém, a atual performance (o time é o atual 15.º colocado na classificação, com apenas oito pontos) acelerou a mudança no comando.
Outro episódio que despertou a atenção foi o relativo a Vanderlei Luxemburgo. O polêmico treinador anunciou, com a competição em andamento, que estava trocando o Palmeiras pelo Cruzeiro. Se por um lado alegava que se trata de um profissional e, assim, tem o direito de dirigir a equipe que lhe oferecer as melhores condições de trabalho, por outro foi execrado pelo cartolagem palmeirense, que o considerou antiético por abandonar o time montado por ele mesmo.
Ameaça
E a próxima rodada já promete influenciar no futuro de outros técnicos. Alguns, se não conseguirem vitórias, vão entrar de vez no grupo da “corda bamba”. Um deles é Nelsinho Baptista. Há duas rodadas no comando do Goiás, não conseguiu fazer sua equipe somar nenhum ponto. O clube permanece com cinco o que representa a 24.º posição na tabela. Em outras palavras, se o campeonato terminasse hoje, os goianos estariam rebaixados.
Muricy Ramalho também não está em situação confortável no Figueirense. Os catarinenses brigam para fugir das últimas colocações. Já Candinho e Evaristo de Macedo terão de fazer milagre. O primeiro assumiu a vaga de Bobô, que saiu do Bahia com a equipe no penúltimo lugar, com quatro pontos. O segundo vai dirigir o Flamengo, 20.º, que não vence em casa.