Bomba no CT do Caju: o meia Adriano está dando adeus ao Atlético! Ninguém confirma ainda, mas o último dos moicanos (que restou da parceira com o empresário Juan Figger) não está mais treinando. O procurador Luís Taveira foi chamado a Curitiba para tratar do assunto, a diretoria decretou lei do silêncio e o seu substituto já está até escolhido. Nas próximas horas, o clube deverá anunciar a transferência do atleta, que tem contrato com o clube apenas até julho deste ano.
No início do mês, os dirigentes chegaram a anunciar a renovação de contrato por três anos com o meia. Ficou apenas no desejo da diretoria atleticana. As partes não chegaram a fechar o acordo e Adriano ainda disparou contra os cartolas: “Quem falou isso é mentiroso”. A notícia, antes de sua concretização, acabou irritando ainda mais o meia. No ano passado, o próprio atleta já estava alertando os dirigentes que só continuaria se o clube acertasse os atrasados.
As conversas não avançaram e o velho desejo de voltar à Europa ressurgiu no pensamento do jogador. Principalmente depois de sua esposa dar à luz gêmeos, que se somaram a outros dois. A pressão de seus familiares, o desejo de fazer o pé de meia e com o sonho de também brilhar num mercado maior mexeram com o craque e propostas não faltam – até o Coritiba, ligado a Figger, pode receber o craque.
No Brasil, o Grêmio já esboçou vontade de ter o meia. Mas, no entanto, os tricolores não têm como bancar o alto custo do atleta. A outra alternativa pode ser o Palmeiras. As boas relações entre Figger e Mustafá Contursi, presidente do clube paulista, podem abrir caminho para uma negociação. O meia é um sonho antigo do técnico Jair Picerni e, até agora, o alviverde não fez nenhuma contratação de peso.
No CT do Caju, a “orientação” é desconversar. Os dirigentes já mandaram avisar à imprensa que não falam de Adriano, nem de Kléber: as duas broncas da semana. O jogador e seu procurador repetem o discurso de que o atleta está dispensado dos treinamentos para cuidar dos gêmeos adoentados e que pode voltar a treinar quando quiser, com o aval do técnico Mário Sérgio. Difícil acreditar.
Substituto
Enquanto isso, o novo dono da camisa 8 já foi até escolhido: William. Antes tido como moeda de troca, o meia se consagrou no Figueirense e foi chamado de volta para ser negociado com algum clube europeu. Sem Adriano, ele já foi chamado pelos dirigentes e pela comissão técnica e já está avisado que sua grande chance com a camisa rubro-negra vai ser este ano.
Liberados
– O meia Jádson, o zagueiro Rogério Correia e o atacante Ilan já deixaram o departamento médico e estão treinando normalmente. O único no estaleiro é o atacante Ricardinho.Palestra – O departamento jurídico e o departamento de futebol profissional organizaram uma palestra, ontem. O palestrante foi o advogado Eduardo Baethgen, especialista na área e que atende vários clubes do Brasil.
Intenção – A diretoria quer deixar todos os membros da comissão técnica e os atletas cientes das novas regras, punições e multas para que o clube ou o jogador não sejam prejudicados durante as competições.
Raulen chega com vontade
O ex-gandula de nome exótico, o meia Raulen, se apresentou ontem no CT do Caju sonhando com projeção nacional. Vindo do São Caetano, o jogador teve 50% de seu passe adquirido pelo Atlético e assinou contrato por um ano. Na troca, o zagueiro Gustavo permanece mais um ano no ABC paulista, onde vai disputar a Copa Libertadores da América. Além dele, ainda pode chegar o lateral-esquerdo Douglas, do Grêmio.
Recém-chegado da Copa São Paulo, Raulen Luiz de Araújo, 20 anos, se apresentou ao novo clube cheio de vontade. “Eu não estava parado, estava jogando e isso foi bom porque a minha pré-temporada não vai ser igual à dos demais jogadores e, se precisarem de mim, já estarei à disposição”, diz o mais novo contratado do Furacão.
Fascinado com a estrutura do CT e com a possibilidade de sucesso, Raulen vê a vinda para Curitiba como um salto na carreira. “Eu tenho a oportunidade de vir para uma grande equipe, onde vários jogadores pensam em passar, e espero ficar aqui por muito tempo”, comemora.
Não é para menos. Ainda no Brasileirão do ano passado, ele ganhava uns trocados como gandula no Estádio Anacleto Campanella. “Fiquei trabalhando de gandula um pouco para ganhar um dinheirinho a mais e ajudar meus pais. Isso foi passageiro, mas foi válido. Adquiri experiência vendo do lado de fora e levei um pouco disso para dentro de campo.” Sobre seu nome, o jogador explicou que seu pai gostaria de batizá-lo de Raul, mas na hora, preferiu a inovação.
