Futsal do Tricolor é exemplo para o futebol de campo

Num passado não muito distante, o futsal do Paraná Clube foi responsável pela revelação de garotos do porte do pentacampeão mundial Ricardinho, além de Tcheco – hoje no Coritiba – e Rodrigo Batata.

Foram exemplos de retorno técnico e financeiro para o Tricolor, o que estimulou a uma completa revitalização no departamento de futsal do clube. Hoje, uma parceria bem sucedida com a Vale Fértil, do empresário argentino José Luís Necete, cria condições para que a modalidade possa chegar à Primeira Divisão – no caso a Liga Nacional -até antes do futebol profissional.

A empresa injeta R$ 80 mil por mês na manutenção do departamento que abrange nada menos do que oito categorias. Do sub-7 ao adulto, o futsal movimenta professores, técnicos e muitos atletas. Tudo por um objetivo mais amplo: até 2012, disputar a Liga Nacional.

“É o nosso projeto, sempre com os pés no chão”, diz Joslei de Carvalho, mais conhecido como Duda Carvalho, coordenador do futsal do clube desde 1992. “Tivemos bons momento no passado e agora estamos revivendo isso”, comenta Duda.

A parceria com a Vale Fértil teve início em 2005. Nos dois primeiros anos, o clube não passou da primeira fase da Série Ouro Paranaense. Talvez por conta disso, em 2007, abriu mão da categoria adulto e, no ano seguinte, voltou na Série Prata.

Vice-campeão da Prata em 2008, o time voltou à principal divisão do futsal estadual na temporada seguinte. Mais uma vez, ficou numa modesta 10.ª posição.

Na atual temporada, o Tricolor já sonha com a presença nas semifinais. Hoje, está na terceira posição do seu grupo e tem o returno para tentar confirmar a presença entre os quatro melhores do Estado.

O presidente Aquilino Romani destaca a importância do projeto. Ele mesmo, na gestão de José Carlos de Miranda, foi vice de esportes de quadra. “Tem um aspecto importantíssimo: o futsal está levando a marca Paraná Clube ao interior do Estado”, disse o dirigente.

“Tudo isso só está sendo possível porque temos um patrocinador forte”, ressaltou. O presidente limitou-se a dizer que o clube tem um gasto “muito pequeno” na manutenção desse esporte, por conta do aporte mensal da Vale Fértil.

Diferente do futebol de campo, os atletas não são profissionais. “Os jogadores têm vínculo amador, através de contrato anual”, disse Duda Carvalho. “Por conta disso, a gente também perde atletas, mas não oneramos o clube”.

O coordenador conta que somente esse ano três jogadores deixaram o clube: Jonathan Batata foi para a Itália, Diogo Moreno para a Hungria e Vítor Moreno está se transferindo para um clube do Rio de Janeiro.

Na média, um jogador do futsal adulto recebe, no Tricolor, cerca de R$ 3 mil. “Trabalhamos estritamente dentro do orçamento. E o parceiro confia naquilo que fazemos porque o balanço é transparente”, afirma Duda.

Doze jogadores moram numa casa, mantida pela Vale Fértil, próxima à sede da Keneddy. “Com base nessa estrutura, e no nome do Paraná, já estamos nos reforçando para a próxima temporada”, comentou Duda, confirmando que três jogadores estão contratados para 2011. Um do Joinville, um do Marechal Rondon e outro do Cascavel. “Vamos nos fortalecer no ano que vem, para em 2012 disputar a Liga Nacional”, avisou Duda.

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