Para chegar à Liga Nacional de Futsal dentro de dois anos, o Paraná Clube terá que transpor um obstáculo: encontrar um ginásio apto a receber os jogos da principal competição do País na categoria.
O ginásio da Kennedy é modesto e, mesmo tendo sofrido ajustes nos últimos anos, não atinge as exigências da Liga. Em 2009, para voltar a disputar a Série Ouro, o clube -ao lado da Vale Fértil – precisou efetuar melhorias na Kennedy.
A quadra foi ampliada para as dimensões mínimas exigidas (38m x 18m), ganhando seis metros de comprimento. Na Liga Nacional, o piso deve ser de 40m x 20m.
“Há também a questão da torcida, pois na Kennedy temos uma limitação de público”, lembra Duda. O Paraná só pode receber algo em torno de mil torcedores no seu atual ginásio.
Por conta disso, há um estudo para a revitalização do Ginásio Tarumã, que já foi palco de grandes jogos de vôlei, quando o Estado mantinha a parceria com o time do Rexona.
Qualquer investimento nesse sentido, teria que ser coordenado pela Vale Fértil, já que o Paraná não prevê nenhum aporte no futsal. O empresário José Luís Nucete, aliás, além de patrocinador é “paitrocinador”: seu filho, Martim, com idade sub-20, atua no time principal do Paraná.
Marca valorizada
O trabalho de captação de valores para o futsal ocorre somente a partir dos 13 anos. Para garotos menores, o clube mantém apenas as escolinhas, estritamente para filhos dos associados. São 200 meninos nessas escolhinhas. A partir dos 13 anos, através de olheiros e indicações, o Paraná já busca valores, pensando não apenas no presente, mas na formação de atletas com potencial para vingar no time adulto. Nessa garimpagem – que trancede as fronteiras do Estado -, há um fator importante, na visão de Duda Carvalho: a marca Paraná. “A nossa presença na Série Ouro já é um grande incentivo para meninos que estão buscando espaço no futsal. Quando estivermos na Liga Nacional, a marca será ainda mais forte.”
Dupla Atletiba atrai talentos das quadras
O trabalho desenvolvido no futsal é muito pouco aproveitado pelo futebol de campo. O alerta é feito pelo coordenador da categoria, Duda Carvalho. “Não há integração entre as categorias. Quase nunca alguém do futebol acompanha nossos jogos para garimpar algum valor”, confirmou. “Já perdemos meninos para Coritiba e Atlético por conta dessa política”, revela.
Recentemente, o garoto Lucão, de apenas 16 anos, trocou o salão pelo gramado. “É um caso raro. O próprio Kelvin começou com a gente e foi para o campo pela insistência do seu pai”, revelou Duda. O coordenador defende uma mudança estrutural no clube neste sentido, onde o garoto que tem talento seja valorizado também no futebol de campo. “Muitas vezes, o garoto tem qualidade, mas é preciso ter paciência, pois a transição não é simples.”
Cita como exemplo o próprio Ricardinho, que vingou no Paraná não apenas por seu talento, mas na persistência do pai do atleta, José Luís, e da interferência direta do ex-presidente Ocimar Bolicenho no processo. “O Ricardinho era franzino e muitos achavam que ele não vingaria no campo. Acabou sendo o jogador revelado pelo Paraná com maior projeção nacional e internacional”, concluiu Duda.