“Bonito na parada”, “maravilha maravilha”, “sangue bom”. É muito difícil que algum curitibano de verdade não materialize o gigante gentil Dionísio Filho e sua voz de trovão assim que ouça um desses bordões. Mais difícil ainda é imaginar que uma “coisinha de nada” foi capaz de derrubar um dos maiores ícones da imprensa esportiva paranaense, ex-jogador, ex-treinador e amigo de todos.
“Djonga” morreu na madrugada de segunda-feira vítima de uma infecção nas vias biliares e pâncreas. Foi sepultado ontem no Cemitério Vertical. A velocidade com que a doença derrubou o ex-jogador surpreendeu a todos. Pouco mais de um mês.
As palavras de Márcio Eduardo, o “filho do coração” do Djonga – como ele mesmo gostava de dizer – são de dar nó na garganta de qualquer um. “Você conhecia alguém que não gostava do seu pai?”, perguntou o repórter Felipe Dutra, da rádio Banda B. “Nunca. Acho difícil. E se tinha alguém, ele estava errado”.
Se gostarem de qualquer um de nós 1/3 do que gostavam do Dionísio, seremos mais amados e admirados do que a maioria das pessoas que conhecemos. A gente sabe que na doída hora da morte, formam fila para falar bem da gente. Mas no caso do Djonga o falatório foi sempre positivo.
Aliás, com o Djonga sempre foi diferente. Carisma, alegria, animação, sorriso. De todos os depoimentos que colhi sobre quem foi Dionísio, essas palavras se repetiam à exaustão, dando ainda mais credibilidade ao que o filho Márcio Eduardo falou.
Após o sepultamento, a família recebeu pacientemente todos os abraços e cumprimentos de familiares, amigos e, especialmente, dos desconhecidos, porém fãs incondicionais do Djonga. À exceção da esposa Sueli, tomada por uma emoção fortíssima, os filhos foram solícitos para atender a todos que admiravam o pai. Fiz questão de perguntar, mais como admirador do que repórter, ao Cristiano, filho mais velho e orgulho de Djonga, quais ensinamentos o pai deixará. Ele sorriu, me abraçou, e disse: “Força, fé, coragem e alegria”.
Que essas palavras norteiem a vida de todos. Perdeu o esporte paranaense. A tristeza subiu “dois pontinhos na maleta” de cada profissional do rádio esportivo.