O Estado do Paraná tem hoje três equipes de ponta, que disputam a primeira divisão do campeonato brasileiro. A presença de Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná na elite de futebol já há alguns anos – o Tricolor disputou a segundona da Copa João Havelange em 2000 – é um reflexo claro da evolução do futebol paranaense.
No entanto, o sucesso do nosso futebol não está necessariamente ligado à presença de atletas nascidos em nosso Estado. Na verdade, jogando nas equipes titulares de Curitiba, poucos são os bichos do Paraná. No Atlético, Rodriguinho, Ilan e Dagoberto fazem as “honras da casa”. No Coxa, apenas o lateral-esquerdo Adriano e o meia-atacante Lima, entre os titulares, são paranaenses. O volante Willians, que deve ser o substituto de Tcheco, que foi para o futebol árabe, é natural de Londrina. No Paraná, ao todo, três defensores representam o Estado: os zagueiro Ageu e Cristiano Ávalos e o volante Fernando Miguel.
Deste grupo, Rodriguinho, Ilan, Adriano e Ageu nasceram em Curitiba e começaram a carreira em seus respectivos clubes – a exceção é Ilan, que foi revelado pelo Paraná Clube.
A explicação para a presença reduzida de atletas autenticamente paranaenses é complexa. Um dos principais fatores é a decadência do futebol no interior do Paraná. Antigamente, muitos craques carimbavam o passaporte para jogar na capital se destacando nos campeonatos estaduais. Um boa presença na competição poderia ser a garantia de um contrato promissor com uma equipe envolvida na disputa da primeira divisão.
Outro fator que influencia a questão é o trabalho de empresários de futebol em todo o País, que encaram o futebol paranaense como um bom mercado. No período de entressafra, os dirigentes quase enlouquecem com o excesso de ligações de empresários oferecendo atletas dos mais longínquos lugares do Brasil.
O movimento contrário também é forte, o que faz muitos jogadores revelados nas categorias de base de Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná se transferirem para equipes de um eixo mais visado. Recentemente, o Atlético negociou o meia Kléberson, natural de Uraí, com o Manchester United. Aliás, o mercado estrangeiro é um dos maiores provocadores do êxodo dos “bichos do Paraná”.
