A dupla Atletiba tem suas representantes no Brasileirão Feminino. Athletico e Coritiba disputam a Séria A2 do Campeonato Brasileiro A2 da categoria, projetando uma vaga na elite. Com estratégias diferentes em relação à formação do time, os clubes sonham em chegar longe com as meninas e, assim, se consolidar como grandes potências do cenário nacional.
A disputa já começou. No último sábado (14), enquanto o Furacão entrou em campo diante do Napoli-SC com uma equipe formulada internamente, totalmente do zero, o Coxa, sendo representado pelo Toledo, fez seu primeiro jogo com o Fluminense.
No entanto, os times, ambos no grupo F, estrearam com derrota. O Rubro-Negro foi goleado por 4×0, enquanto o Alviverde perdeu por 4×2. Outro representante paranaense, o Foz Cataratas, também está na disputa, porém no grupo D, e estreou com vitória por 4×0 em cima do Operário-MT.
Ao todo, são 36 equipes divididas em seis grupos na primeira fase. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos quatro melhores terceiros colocados, se classificam às oitavas de final. Quem chegar às semifinais será promovido à Série A1 do próximo ano.
Vale destacar que todos os clubes brasileiros presentes na Série A do futebol masculino têm a obrigatoriedade de manter um time feminino.
Parceria e amor ao esporte
O Coritiba participa do campeonato sendo representado pelo Toledo. Foi o clube do interior que propôs a parceria ao Coxa no início do ano. Na realidade, a equipe feminina do Porco é oriunda de um projeto da cidade Ouro Verde do Oeste, mas desde 2016 veste a camisa do time do interior. Todos os jogos como mandante no Brasileiro serão realizados no estádio 14 de dezembro.
O Toledo/Coritiba conta com 35 atletas no clube, mas apenas 25 estão inscritas na competição. São jogadoras de vários lugares do Brasil, como Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo, entre outros.
Chama a atenção a pouca idade das atletas, que varia de 15 a 19 anos. Apenas algumas delas conseguiram ser contratadas, com registro profissional em carteira de trabalho. O clube não especificou quantas, mas disse que as jogadoras de mais destaque recebem um salário mínimo.
A base é em Ouro Verde, cidade de apenas seis mil habitantes e que fica a cerca de vinte quilômetros de Toledo. Lá elas treinam e moram juntas em duas casas alugadas pela prefeitura do município, recebem alimentação, estudam e contam com transporte. O investimento para manter a estrutura gira em torno de 15 a 20 mil reais mensais.
Com mais de 20 anos dedicados ao futebol feminino, e uma vontade enorme de fazer com que a modalidade seja respeitada, Jaime Leal, é o técnico do Toledo/Coritiba. Com vivência no Japão e Brasil afora, ele acredita que este será um ano será importante para alavancar a equipe.
“Acredito na qualidade do time e no futebol feminino no Estado. O Paraná está acordando, se tivéssemos acreditado antes teríamos dez ou doze times de alto nível”, opinou.
Tendo que fazer um pouco de tudo para seguir adiante com o projeto, o treinador acredita que tem totais condições de, em pouco tempo, brigar em igualdade com outras equipes da competição e pensa que em poucos anos pode estar na Série A com o time.
“É um amor que a gente vive no futebol feminino. O trabalho é feito de manhã, tarde, noite e de madrugada, se precisar”, explicou, contando sobre as limitações que enfrenta, apesar do apoio.
O presidente do Toledo, Carlos Dulaba ressaltou a importância de apoiar o futebol feminino e vê com bons olhos o futuro da modalidade.
“É muito importante darmos um apoio maior. Estamos investindo e sabemos que teremos retorno em até cinco anos. Temos condições de chegar às cabeças”, enfatizou.
Criar, trabalhar e consolidar
O Athletico preferiu criar seu próprio time para a disputa da competição. Após “peneiras” que contaram com mais de 700 jogadoras, seletivas, e algumas contratações, o Furacão fechou um time próprio com o intuito de ir muito longe.
“Assim como existem projeções no time masculino, como, por exemplo, ser campeão mundial, temos nossas metas traçadas e queremos nos tornar uma referência”, disse Leonardo Coelho, coordenador da modalidade no Rubro-Negro.
São 25 atletas de vários lugares do Brasil que fecharam contrato com o time, porém nenhuma com carteira assinada. Elas moram em uma casa perto do CT do Caju, no bairro Umbará, e contam com alimentação, transporte e parte da estrutura do Centro de Treinamento. Apesar disso, as atividades de preparação acontecem na Universidade Positivo.
Coelho detalhou que os treinamentos seguem o padrão Athletico e a ideia é que o mesmo jogo praticado pelo time principal seja incorporado pelo feminino. O objetivo é em poucos anos disputar a Libertadores.
“Queremos conquistar o acesso em dois anos. Então nos consolidarmos, buscar ficar entre os quatro primeiros para chegarmos à Libertadores. Temos condições para isso”, garantiu.
Atletiba
O encontro estre as equipes estava previsto para a próxima rodada da competição, no dia 22. O jogo, que aconteceria na Arena da Baixada neste fim de semana, foi adiado por conta das medidas de prevenção ao coronavírus. Não há data prevista para o retorno da competição.
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