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Futebol europeu ajuda seleção de Tite para a preparação da Copa do Mundo

As eliminações de Barcelona e Manchester City na Liga dos Campeões da Europa, o título antecipado do Paris Saint-Germain na França e a fratura no pé direito de Neymar viraram aliados na busca da seleção brasileira pelo hexa na Copa do Mundo da Rússia. A combinação desses acontecimentos pode parecer sem sentido, mas, a apenas um mês de começar a preparação para o torneio, servirá para deixar a maior parte dos jogadores mais descansados.

Os resultados das competições na Europa favoreceram o trabalho do técnico Tite. A seleção pode se reunir para iniciar os treinos para a Copa do Mundo na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), no dia 21 de maio, com até 20 convocados presentes e muitos deles sem estarem desgastados em excesso depois do final da temporada, pois os seus times fazem os compromissos finais ou com os títulos garantidos por antecedência ou já sem mais chances.

“Sem dúvida esses resultados ajudam a descansar os jogadores”, disse ao Estado o preparador físico da seleção brasileira, Fábio Mahseredjian. Em fase final de recuperação de fratura, o atacante Neymar concorda. “Querendo ou não, posso estar machucado, mas estou mais descansado. Isso vai me ajudar para a Copa”, disse o jogador durante evento na última semana. O craque da seleção não atua desde fevereiro e é um dos titulares de Tite com menos jogos na temporada: 30.

A seleção brasileira comemora a vantagem de poder contar com grande parte dos jogadores a partir dos primeiros dias de preparação para poder realizar exames, identificar possíveis desgastes e tentar harmonizar o estado físico.

Se, por exemplo, Renato Augusto virá da China com somente seis partidas oficiais neste ano, o meia Paulinho se apresentará com 45 jogos disputados pelo Barcelona nesta temporada 2017/2018 e quase dois anos sem férias. A reunião dos convocados também será positiva para reforçar o ambiente prévio antes do embarque para a Copa do Mundo.

Os resultados na Inglaterra também ajudaram bastante. Apesar de o país ter um calendário desgastante, isso acabou minimizado pelo título antecipado do Manchester City e o encerramento do campeonato uma semana antes das demais ligas europeias. “Quem joga na Inglaterra passa por uma fase de jogos muita pesada. Mas, por outro lado, eles terão uma semana de férias antes da preparação”, disse Fábio Mahseredjian.

As únicas ausências no início da preparação serão de jogadores que vão disputar a final da Liga dos Campeões, no dia 26 de maio. Marcelo e Casemiro, do Real Madrid; Roberto Firmino, do Liverpool; e Alisson, da Roma, estão na semifinal da competição e podem se apresentar mais tarde à seleção. Possivelmente a chegada será já em Londres, na segunda parte da preparação.

Ainda assim, a comissão técnica não tem motivos para lamentar, pois a quantidade de atletas que se somam ao grupo depois do início da preparação poderia ser ainda maior. O semifinalista Bayern de Munique, por exemplo, só tem um brasileiro no elenco, o lateral-direito Rafinha, que não tem sido convocado por Tite.

Apenas entre as oitavas e quartas de final da Liga dos Campeões, pelo menos 10 candidatos à vaga na seleção tiveram as suas equipes eliminadas do torneio. Entre elas estavam Paris Saint-Germain e Manchester City, clubes que juntos têm cinco atletas.

As rodadas finais dos campeonatos europeus têm poucas decisões pela frente. Na França e Inglaterra, tudo está decidido. Já na Espanha e na Itália, a conquista está encaminhada para Barcelona e Juventus, respectivamente. “Ter menos jogos decisivos nesta fase antes da Copa facilita para a seleção porque alivia o lado emocional. A pressão psicológica pode ser tão cansativa quanto a de exercícios e diminui a capacidade de recuperação muscular”, explicou o fisiologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Zogaib.

NEYMAR – A seleção brasileira terá um cuidado diferente com o seu principal jogador. Se para a maioria dos colegas dele a preocupação é com o desgaste, com Neymar o foco será dar ritmo de jogo a quem completará quase três meses parado em recuperação de uma fratura. “Não tenho tanta preocupação quanto ao aspecto físico dele, mas sim com o ritmo de jogo. Vamos fazer ainda dois amistosos na preparação para a Copa. Acredito que ele possa adquirir ritmo justamente nesses dois jogos”, afirmou o preparador físico da seleção.

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